23.12.06

BOAS FESTAS

VEDETA DO HÓQUEI deseja Festas Felizes e um Excelente 2007 a todos os leitores.

GOSTAR DE HÓQUEI (7) - Equipa Maravilha

Apesar de ser benfiquista, esta é a primeira equipa de hóquei que me recordo: Sporting campeão europeu 1977 (Rendeiro, Livramento, Ramalhete, Chana e Sobrinho).
O primeiro jogo de hóquei que vi (na televisão, e a preto e branco) foi a 1ª mão da final dessa Taça dos Campeões: Sporting-Villanueva 6-0.

21.12.06

NATAL AMARGO NA LUZ

Depois de uma série de bons resultados, nada fazia prever a derrota caseira do Benfica frente ao Óquei de Barcelos.
Os encarnados cedo se viram em vantagem com um golos de Tó Silva, mas a partir daí os minhotos mostraram-se superiores e justificaram a vitória. Ao intervalo já haviam dado a volta ao resultado.
No segundo tempo o Benfica reagiu mas acabou por sofrer o terceiro golo contra a corrente do jogo, o que foi um golpe demasiado duro para a equipa de Carlos Dantas.
Pedro Afonso ainda reduziu, mas apesar da pressão final o resultado não sofreu mais alterações.
O Benfica mantém todavia o segundo lugar, ficando no entanto agora mais distante do líder F.C.Porto, que vencendo a Oliveirense cimentou ainda mais a sua liderança, a qual contudo, em ano de play-offs, pode não significar mais do que uma vantagem relativa para a fase decisiva da competição.
A equipa de Barcelos está em terceiro lugar.

18.12.06

FIM DE SEMANA EUROPEU

Enquanto o campeonato nacional prossegue em velocidade de cruzeiro, com o F.C.Porto firme no primeiro lugar e o Benfica no segundo, teve lugar este fim-de-semana mais uma jornada da Liga dos Campeões.
Os portistas venceram categoricamente em Itália o campeão europeu por 6-7, depois de uma primeira parte que terminou com um impressionante 0-6. Mesmo sem Pedro Gil a equipa de Franquelim Pais conseguiu posicionar-se de novo na luta por uma classificação para a "final four", e se vencer o Réus pode até assumir o comando do grupo na próxima jornada.
Menos feliz foi o Óquei de Barcelos, que depois de uma vitória em casa perante o Prato não conseguiu evitar a derrota na Catalunha frente ao Vic po 4-0. Na próxima jornada os minhotos jogam frente ao Barcelona uma cartada muito importante na corrida ao apuramento.
Na próxima quarta feira na Luz disputa-se um palpitante Benfica-Óquei de Barcelos, clássico recheado de história, que pode cimentar o segundo lugar do Benfica ou por outro lado equilibrar os posicionamentos na perseguição ao incontestado lider F.C.Porto.

3.12.06

SORTES DIFERENTES

Com honras de transmissão televisiva, o F.C.Porto confirmou mais uma vez a sua infelicidade europeia, perdendo em Fânzeres com os italianos do Bassano por 1-2 na abertura da fasse de grupos da Liga dos Campeões. A equipa transalpina, onde actuam os portugueses Luís Viana e Ricardo Pereira, já vencia ao intervalo por 0-1, fazendo depois o 0-2 por intermédio do mesmo jogador, o veterano capitão Dário Frigo. Depois de falhar um livre directo e uma grande penalidade, a equipa portista reduziu pelo jovem Pedro Moreira, mas embora pressionasse muito até final o guardião Cunegatti opôs-se sempre com mestria a todas as tentativas dos dragões, garantindo assim a vitória para a sua equipa.
Num grupo dificílimo, o F.C.Porto entrou com o pé esquerdo na competição.
Entretanto no outro grupo o Óquei de Barcelos venceu brilhantemente o Prato também de Itália por 4-2, confirmando que está na competição para chegar à final four.

PORTO SEGURO

A nota mais relevante da jornada de quarta feira foi a vitória arrancada a ferros do F.C.Porto em Barcelos, onde só marcou o golo decisivo a 20 segundos do final por intermédio de Reinaldo Ventura. Os portistas mantém assim a liderança destacada da prova.
Quem aproveitou para se isolar no segundo posto foi o Benfica, que venceu em casa o Valongo por 5-1. Marcaram Tó Silva (3), Vítor Hugo e Carlitos.

27.11.06

CATEGÓRICO !

O Benfica goleou a Oliveirense em sua própria casa por 1-4, mantendo-se assim na primeira linha de perseguição ao penta-campeão F.C.Porto.
Ao intervalo já os lisboetas venciam por 0-2 com golos do seu capitão Mariano Velasquez.
No segundo período os da casa reduziram, mas de pronto o Benfica afirmou a sua supremacia no jogo, e com golos de Valter Neves e Ricardo Barreiros fechou o resultado.
F.C.Porto e Barcelos também venceram, pelo que este trio permanece na frente do campeonato.
A Oliveirense com esta derrota afastou-se dos primeiros lugares.
Na quarta feira mais uma jornada com o Benfica a receber o Valongo ao mesmo tempo que se disputa um palpitante Óquei de Barcelos-F.C.Porto. Será a oportunidade para os benfiquistas se aproximarem do primeiro lugar, ou pelo menos se isolarem no segundo.
No sábado inicia-se a Liga dos Campeões, este ano, infelizmente, sem o Benfica.

19.11.06

SEM HISTÓRIA

Vitória por 3-1 com exibição desinspirada do Benfica na Luz perante o Gulpilhares.
Barreiros, Vítor Hugo e Tó Silva (este nos últimos segundos da partida) marcaram os golos.
Na jornada internacional, a Juventude de Viana ficou , como se esperava, pelo caminho, limpando todavia a sua honra com uma vitória sobre os campeões europeus.
À hora em que escrevo não conheço os resultados de F.C.Porto e Óquei de Barcelos, mas face aos números da primeira mão, e tendo em conta a fragilidade dos adversários, não parece haver motivo para grandes preocupações quanto à sua qualificação de ambos os conjuntos para a fase de grupos.

16.11.06

ARRANCADO A FERROS

O Benfica venceu na difícil deslocação a Viana do Castelo o europeu Juventude de Viana por 1-2. O inevitável Tó Silva e Carlitos (de regresso a uma casa que bem conhece) marcaram os golos que colcaram os encarnados em vantagem (0-1 ao intervalo), para depois os da casa reduzirem.
Ao que se diz, o resultado terá sido algo injusto, tendo os golos sido obtidos contra a corrente do jogo. Com justiça ou injustiça, o que é certo é que os pupilos de Carlos Dantas somaram os três pontos, mantendo-se em terceiro lugar no campeonato nacional atrás de F.C.Porto e Oliveirense que também venceram nesta jornada, tal como o Óquei de Barcelos.

12.11.06

EQUILÍBRIO

Não foi um grande espectáculo, nenhuma das equipas venceu, mas bem se pode dizer que o Hóquei em Patins está de parabéns pelo Benfica-F.C.Porto de ontem.
Na verdade o regresso da modalidade aos ecrãs de televisão representa uma enorme vitória para a modalidade, e uma grande alegria para todos os que dela tanto gostam.
Terá sido a empresa que organizou o Mundial de clubes a conseguir o acordo com a RTP, e só esperamos é que não se trate de um caso isolado, mas sim do regresso a uma era em que o Hóquei era espectáculo televisivo semanal.
Como já disse, foi pena que o jogo não tenha feito muito por merecer a ocasião. O F.C.Porto desfalcado de Pedro Gil foi sempre uma equipa demasiado cautelosa, e o Benfica mostrou que ainda tem muito trabalho pela frente para chegar aos play-offs em condições de bater o pé aos dragões.
Os encarnados entraram muito bem, e em poucos minutos Valter Neves atirou à barra da baliza de Edo Bosch, para pouco depois Tó Silva bater o guardião espanhol naquele que seria o único golo do Benfica no jogo. Suspeitou-se na altura que a equipa da casa pudesse partir para um resultado semelhante ao da primeira fase da temporada passada, quando venceu claramente por 6-2 o seu grande rival.
Com o decorrer do tempo o Benfica foi adormecendo à sombra da vantagem, enquanto que o F.C.Porto foi esperando friamente a sua oportunidade, que acabaria por surgir já na segunda parte, num lance em que o jovem internacional Pedro Moreira concretizou o tento do empate.
A partir daí foi o Benfica que mais procurou a vitória, mas deparou sempre com uma barreira muito bem urdida por Franklim Pais, que foi inviabilizando o golo, mau grado as inúmeras tentativas, sobretudo a partir do stick do infeliz Ricardo Barreiros.
A vinte segundos do fim o Benfica dispôs de uma oportunidade de ouro para resolver a contenda a seu favor, quando os árbitros assinalaram um livre directo, que todavia Tó Silva, melhor marcador do campeonato, não conseguiu concretizar. No lance seguinte ficou no ar a polémica de a partida terminar após uma falta duríssima sobre o mesmo Tó Silva, que eventualmente valeria outro livre directo. Muita confusão à entrada dos balneários, o que já vai sendo habitual nestes duelos.
No global poder-se-á dizer que o resultado se ajusta, pois entre a irreverência do Benfica e a frieza do F.C.Porto o equilíbrio acabou por se fazer valer.
O Benfica segue assim em terceiro lugar a cinco pontos dos nortenhos.
Marcadores do Benfica até agora: Tó Silva 12 golos, Barreiros 7, Mariano 5, Valter 3, Carlitos 2 e Vítro Hugo 1

7.11.06

SEM SURPRESAS

As equipas portuguesas fizeram aquilo que delas se esperava na pré-eliminatória da Liga dos Campeões. F.C.Porto e O.C.Barcelos tomaram vantagem perante adversários acessíveis, enquanto a Juventude de Viana cedeu uma derrota pesada com o campeão em título Follónica.
Para o campeonato nacional o Benfica venceu em Cambra facilmente por 2-6 com golos de Tó Silva (2), Barreiros (2), Valter Neves e Mariano.
No próximo sábado, pelas 17.00 h no Pavilhão Açoreana joga-se o clássico dos clássicos: Benfica-F.C.Porto. Será uma boa oportunidade para a equipa de Carlos Dantas afirmar a sua real candidatura ao título. Espera-se um pavilhão bem composto, e só é pena que a televisão não possa transmitir o espectáculo para todo um país que tanto ama a modalidade, e em virtude da incúria de alguns dela se vê injustamente privado.

NOTA: Não foi possível fazer em tempo útil o comentário do Benfica-H.Sintra, no qual tive oportunidade de estar presente. Uma vez que já passou algum tempo, e não maçando muito os leitores, direi apenas que se tratou de uma vitória fácil dos encarnados, que rapidamente chegaram a 5-0. No início da segunda parte, dois golos consecutivos e mais uma oportunidade clara, deram ao Sintra a esperança de poder alterar o rumo dos acentecimentos, mas era de facto uma fase mais facilitada pelos da Luz do que de grande afirmação dos sintrenses, mergulhados numa crise interna que lhes tem afectado as performances competitivas. O Benfica voltou a tomar conta do jogo, marcando mais cinco golos, e acentuando o clima de festa que se fazia sentir, dada a vitória do futebol frente so Celtic de Glasgow minutos antes alí mesmo ao lado. Autores dos golos: Tó Silva 4 (grande figura da partida), Barreiros 2, Mariano 2, Valter e Carlitos.

30.10.06

PRIMEIRA DERROTA

O Benfica não conseguiu pontuar na difícil deslocação a Porto Santo, perdendo por 3-1 e afastando-se ainda mais do F.C.Porto na luta pelo primeiro lugar da fase regular do campeonato nacional da 1ª divisão.
Tó Silva marcou o único golo dos encarnados, estabelecendo na altura o empate a um. Depois a equipa de Carlos Dantas não resistiu aos insulares, que com mais dois golos fixaram o resultado.
O F.C.Porto teve enormes dificuldades na deslocação a Torres Vedras, onde a cinco minutos do final estava a perder por 3-2. Os portistas conseguiram no entanto dar a volta à situação, e permanecem invictos na liderança da tabela.
Na próxima quarta-feira disputa-se mais uma jornada, e VEDETA DO HÓQUEI espera marcar presença no Benfica-H.C.Sintra, disputado imediatamente a seguir ao Benfica-Celtic em futebol, mas por razões logisticas só de hoje a uma semana será possível publicar o comentário.
Até lá, bom hóquei !

23.10.06

VITÓRIA JUSTA NUM FRACO ESPECTÁCULO

Não tendo podido estar no primeiro jogo frente à Física de Torres, foi com natural expectativa que me dirigi ao Pavilhão Açoreana para presenciar o Benfica-Paço de Arcos da terceira ronda do campeonato nacional.
O jogo não foi brilhante, apresentando características típicas de início de época, sobretudo de uma época marcada pela implementação de um modelo em Play-Off, o que naturalmente se traduz num maior resgaurdar das equipas nesta primeira fase.
O Benfica, com Carlos Silva, Valter Neves, Mariano, Tó Silva e Barreiros no cinco inicial, apresentou-se algo falho de imaginação, acabando por ser a equipa da linha a marcar primeiro por intermédio de Gonçalo Suissas, o seu jogador mais influente. Os encarnados reagiram empatando pouco depois num belo remate cruzado de Mariano Velásquez. Perto do final da primeira parte Carlos Martins numa violenta stickada do meio da rua bateu pela segunda vez o excelente guardião pacense, estabelecendo o resultado ao intervalo.
Tudo parecia encaminhado para uma vitória tranquila dos encarnados, mas o segundo tempo ainda trouxe alguns sustos aos muitos espectadores presentes.
Depois de num lance extremamente confuso Ricardo Barreiros ter elevado para 3-1, Suissas voltou a reduzir, seguindo-se uma fase de algum entusiasmo do Paço de Arcos em busca de uma igualdade que por mais de uma vez esteve perto de acontecer – inclusivamente através de um livre directo falhado.
Seria em lance de contra-ataque que Barreiros conseguiria bisar e tranquilizar os benfiquistas, para já na ponta final o mesmo jogador desperdiçar uma grande penalidade, naquele que acabou por ser o melhor período dos da casa.
Em termos individuais foi naturalmente Ricardo Barreiros o homem do jogo, ao marcar os dois decisivos golos da segunda parte.
Destaque também para a má arbitragem, mostrando muitos cartões – à semelhança do que aconteceu no futebol, aliás – e prejudicando mais o Benfica (cartões azuis para Tó Silva e Carlos Martins).
No final 4-2, curiosamente à semelhança dos resultados obtidos pelos outros candidatos ao título F.C.Porto e Barcelos.
O Benfica está agora com 7 pontos, 12 golos marcados e 5 sofridos. Tó Silva com 4 golos continua a ser o melhor marcador benfiquista, seguindo-se agora Barreiros com 3 e Mariano com 2. Valter Neves, Carlitos e Vítor Hugo têm um golo cada.

18.10.06

SEGUE O CAMPEONATO

No passado fim de semana decorreu a segunda jornada do campeonato nacional. O prato forte era o clássico Óquei de Barcelos-Benfica, que constituía uma boa oportunidade para aquilatar do potencial das duas equipas, em particular o Benfica, muito reforçado para esta temporada.
Um empate em Barcelos é sempre um bom resultado - atendendo à marcha do marcador o espectáculo também não terá sido mau -, e como tal parece não haver motivos para os pupilos de Carlos Dantas chorarem esta deslocação. Apesar da vitória do F.C.Porto em Oliveira de Azeméis, e do consequente avanço na tabela classificativa, a procissão ainda vai no adro, e mais a mais este ano em que o figurino da competição prevê um decisivo play-off final.
Pelo que se percebe, o jogador do Benfica mais em foco neste início de temporada, está a ser o ex-barcelense Tó Silva, já não muito jovem, mas ainda com a veia goleadora bem activa - leva já 4 golos em dois jogos para o campeonato.
Pode verificar aqui o que aconteceu no jogo de sábado, relatado por quem lá esteve.
Fica desde já prometida presença de VEDETA DO HÓQUEI no próximo sábado no Pavilhão Açoreana para outro, poderei também chamar-lhe assim, clássico do hóquei português: Benfica-Paço de Arcos.
Carlos Silva, Valter Neves, Pedro Afonso e Ricardo Barreiros defrontam mais uma vez o clube que os formou, o que constitui mais um aperitivo para esta partida.
Para já a equipa encarnada segue com 4 pontos em 2 jogos e 8-3 em golos - marcadores: Tó Silva 4, Ricardo Barreiros, Valter Neves, Vítor Hugo e Mariano 1 golo apontado.

13.10.06

APELO

Alguém se recorda de um jogo de Hóquei em Patins para crianças comercializado nos anos 80, com um tabuleiro que se lubrificava com óleo, e jogadores com esferas na base ?
Se alguém o tiver e esteja disposto a vendê-lo, eu estarei interessado.

INÍCIO NORMAL

O Benfica ganhou facilmente ao Física de Torres na abertura do campeonato nacional. 5-0 foi o resultado.
A total ausência de imagens televisivas e radiofónicas, bem como a impossibilidade de presença no pavilhão (em dias de semana é-me complicado lá puder estar), impedem-me de me alongar muito no comentário.
Fica prometida presença no Benfica-Paço de Arcos do próximo dia 21, no âmbito do qual me poderei então pronunciar em maior profundidade sobre a nova equipa do Benfica.
Noutro jogo desta jornada o F.C.Porto repetiu a vitória da supertaça e bateu o Juventude de Viana por 4-1.
Amanhã temos um Óquei de Barcelos-Benfica, infelizmente também arredado do espaço mediático.
Estamos nisto...

9.10.06

NÃO DEIXAR MORRER O HÓQUEI

Teve início neste fim-de-semana a temporada nacional de 2006-2007.
Após um defeso marcado por derrotas a toda a linha do hóquei nacional, quer na selecção principal quer nas camadas mais jovens, para além de um mundial de clubes muito pouco conseguido pelas equipas portuguesas, também o início das competições nacionais não deixa antever grandes perspectivas para a época que agora se inicia.
Consequências do Mundial ou não, a verdade é que o campeonato começou a conta-gotas, quase sem se dar por ele, com dois jogos neste fim-de-semana e o resto da jornada na próxima quarta-feira. Não se percebe o porquê de a jornada ter coincidido com a supertaça, deixando desde logo obrigatoriamente jogos em atraso.
A Supertaça, ganha pelo F.C.Porto (4-2 à Juventude de Viana) ficou ela própria marcada por vários episódios de completo amadorismo por parte das estruturas federativas, desde o inqualificável esquecimento a que foi votado António Livramento – fez incomparavelmente mais pelo hóquei que todos os dirigentes da federação juntos -, até à ausência de representantes aquando da chegada das equipas, o que originou uma série de problemas logísticos dignos de uma qualquer futebolada entre amigos.
Pior que isso, o facto de não ter sido objecto de qualquer transmissão televisiva indicia que essa será mais uma vez a regra para a nova temporada, o que vai fazer com que o hóquei se afunde ainda mais face a outras modalidades, em crescendo no plano mediático, e logo, no número de adeptos que arrastam, nomeadamente entre os mais jovens.
É tempo de esta federação dar lugar a outra, pois se muito se fala nos problemas do futebol os do hóquei não serão menos graves, com a diferença de que neste, o perigo de ruína absoluta é real.
O hóquei, desde que os tempos da rádio passaram à história – nos quais quase disputava terreno ao futebol - e a televisão iniciou o seu reinado, sentiu-se fortemente do facto de não ser um espectáculo televisivo tão conseguido como outras modalidades, tais como futsal, basquete ou volei sem falar no próprio futebol. Uma bola muito pequena e alguma dificuldade em ver os golos terão contribuído para isso, e a verdade é que nunca ninguém se preocupou com tal, por exemplo impedindo a publicidade escrita nos pisos ou procurando novas cores para a bola.
Apesar de tudo, as transmissões foram sendo feitas e a modalidade foi mantendo um nicho de adeptos, cada vez menos é certo, mas suficientes para, com maior ou menor dificuldade, a sustentar.
Ao não ceder nas negociações com as estações televisivas – pagando da mesma forma como fazem as restantes federações – a FPP está a liquidar esse nicho de adeptos, assassinando a modalidade, pois o campeonato já de si está cada vez mais concentrado numa só região do país (muito longe da dimensão geográfica, populacional, cultural e económica da Catalunha), e à maior fatia da população nacional fica dessa forma vedada a possibilidade de ver hóquei de primeira divisão.
Veremos se ainda há tempo para solucionar este decisivo aspecto, mas pelo que se tem visto a esperança é muito pouca.
Assim sendo, ser adepto de hóquei em Portugal cada vez mais se assemelha a acompanhar um defunto até ao seu enterro.

2.10.06

SEM HONRA NEM GLÓRIA

Conforme a primeira jornada havia feito suspeitar, as equipas portuguesas quedaram-se pelos últimos lugares na fase final do 1º Mundial de Clubes.
O único ponto conseguido foi o do empate entre elas num jogo que, embora bem disputado, representou o adeus ao título de ambos.
Se de um Benfica ainda em construção e com algumas peças novas na equipa se poderia esperar alguma oscilação perante adversários como Réus e Bassano, já o F.C.Porto constituiu a grande surpresa, pela negativa, deste torneio.
A sua derrota por 0-6 frente aos espanhóis foi chocante, sobretudo pelos números, mas já frente ao Bassano o F.C.Porto se exibira de forma bastante apática. Pedro Gil está muito longe da sua melhor forma, bem como a maioria dos jogadores azuis e brancos.
Talvez o facto de o modelo competitivo apontar este ano para um decisivo play-off final tenha condicionado a preparação das equipas portuguesas, mas a verdade é que play-off também o há em Espanha e Itália.
Veremos ao longo da temporada se esta quebra do F.C.Porto pode significar o fim do ciclo de títulos nacionais, ou se pelo contrário, é meramente acidental e teremos o F.C.Porto novamente campeão e à procura do título europeu que há tanto persegue.
Para o Benfica encerrou-se aqui a temporada internacional, e tem agora pela frente uma temporada em que Carlos Dantas procurará preparar a equipa de modo a surgir no play-off em condições de desafiar o título aos portistas. Matéria-prima não lhe falta.
Para os portugueses este Mundial não vai ficar na história, o que é pena, até porque os angolanos – muitos deles adeptos de Porto e Benfica – bem mereceriam festejar o título de uma competição que tão bem organizaram.
O Bassano torna-se assim campeão do mundo na época de ouro dos clubes italianos, pois o Follónica já se havia sagrado em Torres Novas campeão europeu, dando assim o primeiro título ao seu país.

29.9.06

MALDIÇÕES

Aconteceu aquilo que se temia.
O Benfica foi claramente derrotado pelo Réus (1-3) exibindo um hóquei demasiado curto para a experiente equipa espanhola. Ao longo de todo o jogo, deu sempre a sensação de que o resultado poderia chegar a números até bem mais expressivos, tal a superioridade dos catalães.
Carlos Dantas vai ter muito trabalho pela frente se quiser fazer desta equipa campeã nacional – como é objectivo do clube -, tendo-se agora percebido de forma mais cabal porque é que a direcção encarnada optou por se auto-excluir da Liga dos Campeões. Os jogadores são individualmente bons, mas a equipa não funciona minimamente, como já se havia visto na primeira jornada frente ao Petro de Luanda, o que foi disfarçado depois pela fragilidade dos brasileiros do Sertãozinho.
Já antes o F.C.Porto, rei e senhor das provas nacionais, havia confirmado a sua maldição internacional sendo derrotado pelo Bassano de Ricardo Pereira e Luís Viana. É impressionante como este F.C.Porto, tão afirmativo a nível nacional, tem somado decepções internacionais na última década, com várias finais perdidas, derrotas caseiras inesperadas, em que quase sempre acontece qualquer coisa a perturbar a equipa.
Assim sendo, as equipas portuguesas, que hoje se defrontam, ficam agora em muito maus lençóis face a esta competição, o que me faz interrogar sobre o caminho que o hóquei luso tem levado nos últimos tempos.
Nos últimos oito anos, em todas as competições seniores de clubes e selecções (contas por alto, umas 25 provas !), apenas o título de Oliveira de Azeméis em 2003, e o Paço de Arcos vencedor da CERS, encobriram uma realidade cada vez mais nebulosa, no país que mais ama a modalidade. As derrotas têm-se sucedido, e cada vez dá a sensação de ser mais complicado aos portugueses vencerem espanhóis e italianos.
Se juntarmos a isto um campeonato regionalmente cada vez mais localizado, a falta de mediatismo dada às competições nacionais (sem televisão, sem rádio e com cada vez menos cobertura pelos jornais) e a consequente falta de público nos pavilhões, perante o silêncio e a paralisia do poder federativo, julgo haver razões fortes para temer o futuro desta nossa tão querida modalidade, que tem hoje a concorrência de um Futsal cada vez mais pujante e popular, de um Basquetebol com outra visibilidade internacional e de um Voleibol em crescendo.
Nunca um Benfica-F.C.Porto terá sido um autêntico “jogo dos tristes” como será o de hoje. Veremos se ao menos proporcionam um bom espectáculo.

28.9.06

AGORA É A SÉRIO

Inicia-se hoje a fase decisiva do Mundial de clubes. O Benfica defronta o Réus (jogo às 21.30 e não às 20.00 como havia sido anunciado), e o F.C.Porto joga com o Bassano (este sim às 20.00).
Na sexta-feira teremos Réus-Bassano (20.00) e o "derby" português F.C.Porto-Benfica (21.30), e finalmente no sábado jogarão Benfica-Bassano (18.00) e F.C.Porto-Réus (19.30).
As equipas portuguesas já todos conhecemos sobejamente. Nos espanhóis do Réus (uma das melhores equipas da actualidade) jogam Guillem Trabal, Luís Teixidó, Cabestany, Marc Gual e Jordi Garcia entre outros, enquanto que no Bassano de Itália, para além dos portugueses Ricardo Silva e Luís Viana, actuam ainda os internacionais Alberto Orlandi (ex F.C.Porto), Dario Rigo e o guarda-redes Massimo Cunegatti.
São estas as melhores equipas da prova, e uma delas sagrar-se-á campeã do mundo.
Fernando Fallé em entrevista a "O Jogo", aponta como favoritos F.C.Porto e Réus. A ver vamos.

27.9.06

ASSIM SIM !

Com uma exibição muito segura, e eficácia goleadora qb, o Benfica dizimou o Sertãozinho do Brasil, classificando-se para a fase final do Mundial de clubes, fazendo assim companhia ao F.C.Porto e ao Réus - faltando saber quem será o quarto apurado.
10-1 foi o resultado, com 4-0 ao intervalo.
Entretanto ontem o F.C.Porto havia vencido por 7-1 os argentinos do Olimpia San Juan, apurando-se também com facilidade.
Amanhã inicia-se a ronda decisiva, desde logo com um palpitante Benfica-Réus (RTPN 20.00 h).

25.9.06

DECEPCIONANTE

A primeira jornada do Mundial de clubes ficou longe de entusiasmar os portugueses.
Apesar das vitórias conseguidas por Benfica e F.C.Porto perante as equipas angolanas, as exibições produzidas, em especial pelo Benfica, não deixam antever grandes perspectivas para a competição, sobretudo quando, na fase final, encontrarem pela frente Bassano ou Réus.
O Benfica venceu tangencialmente (com um golo solitário de Mariano Velasquez na sequência de um livre directo), vendo-se aflito para manter a vantagem nos últimos instantes de jogo. Foi sempre uma equipa desinspirada e estática, com a maioria dos seus jogadores em estado de forma muito precário.
O F.C.Porto cumpriu a sua obrigação, não sendo tão marcadamente decepcionante como o Benfica, mas ficando longe do brilhantismo que sabemos estar ao seu alcance. 5-2 ao Juventude de Angola foi o resultado de uma partida que só perto do final ganhou o seu rumo definitivo, depois dos africanos terem reduzido de 0-3 para 2-3 no início da segunda parte.
Hoje folgam os encarnados, enquanto o F.C.Porto joga às 17.00 h (RTPN) frente ao Olimpia.

22.9.06

ANGOLA 2006

Inicia-se este domingo em Luanda o primeiro Mundial de Clubes.
Trata-se de uma competição que promete revestir-se de todo o interesse e curiosidade, quer pelo facto de englobar dois emblemas portugueses quer, no caso do Benfica, por se tratar da única competição internacional em que o clube participa esta época depois de ter desistido da Liga dos Campeões.
Ao portugueses Benfica e F.C.Porto juntam-se ainda as equipas do Réus (Espanha), Lodi e Bassano (Itália), Concepcion e Olímpia (Argentina), Petro Atlético e Juventude (Angola), Desportivo de Maputo (Moçambique), Estudantil (Chile) e Sertãozinho (Brasil). Estes doze conjuntos estarão divididos em quatro grupos de três.
Faltarão Barcelona, Liceo, Follonica e Barcelos para completar o lote das mais representativas equipas da modalidade, mas as que estão presentes serão seguramente suficientes para fazer deste torneio um grande momento para o Hóquei em Patins.
Bassano, Réus, F.C.Porto e Benfica são os principais favoritos ao título.
Os jogos das equipas portuguesas serão transmitidos pela RTP.
Assim teremos na primeira fase (horários a confirmar):
DOM, 17.00 Benfica-Petro Atlético
DOM, 21.30 F.C.Porto-Juventude
SEG, 17.00 F.C.Porto-Olimpia
TER, 17.00 Benfica-Sertãozinho
De quarta feira a sábado realiza-se a segunda e decisiva fase.

15.9.06

GOSTAR DE HÓQUEI (6) - O Mundial de Barcelos

Um momento determinante na minha paixão pelo hóquei foi sem sombra de dúvida o Mundial de 1982 em Barcelos, que culminou com a conquista do título pela selecção portuguesa, algo que eu então vivi pela primeira vez.
Toda essa prova foi fantástica, e teve em seu redor, além do título, dois outros factores que fizeram dela no meu ponto de vista uma competição mítica: o facto de ter sido muito longa, e de ter sido objecto de transmissão televisiva, numa altura em que se estava na alvorada da televisão a cores em Portugal.
De facto julgo ter-se tratado do Mundial mais longo de sempre, com duas fases sucessivas, a primeira ainda em Lisboa (no velhinho Pavilhão dos Desportos, agora baptizado de Carlos Lopes), e a segunda em Barcelos, mas ambas disputadas em sistema de poule o que fez com que cada selecção jogasse um elevadíssimo número de partidas (treze ? catorze ?) se compararmos com o que hoje acontece neste tipo de competição. Terão sido talvez umas quase três semanas de hóquei ao mais alto nível.
Por outro lado foi a primeira vez que tive oportunidade de ver as cores de um jogo de hóquei. Vivendo longe das principais cidades, nunca tinha até então entrado num pavilhão para ver uma partida ao vivo, pelo que vivia a paixão pela modalidade exclusivamente através de pequenas e raras fotografias de jornal, e um ou outro resumo na tv, para além naturalmente da rádio que era o veículo privilegiado dos amantes do hóquei patinado naqueles tempos. Neste Mundial (o primeiro a que assisti pela televisão) pude ver durante todos aqueles dias consecutivos a nossa selecção a despachar sucessivamente Itália, Argentina e Espanha, passando por todas as outras selecções presentes, à excepção da Holanda com quem não fomos além do empate a dois.
Os jogos de Portugal fechavam invariavelmente as jornadas e disputavam-se já bem tarde, pelo menos para os meus doze anos. Iniciava-se quase sempre já depois das 23.30 h, terminando já depois da 01.00 h. Mesmo assim não perdi um único.
O único jogo não televisionado da selecção das quinas acabou por ficar na história, pois resultou na maior goleada de sempre aplicada por Portugal numa competição internacional: 52-1 (!) com 25 golos de José Virgílio, que nem sequer era titular habitual, e que só nesse jogo garantiu o título de melhor marcador da prova. Este jogo foi ainda na primeira fase, a partir da qual os vários grupos apuravam os julgo que dez finalistas. Na altura só se disputava um Mundial, não havendo grupo A e grupo B.
As equipas presentes eram bastante fortes, pois tanto Espanha, Argentina e Itália, como outsiders como Alemanha, Brasil ou Holanda, apresentavam-se em bons momentos.
Na Espanha a base continuava a ser a do Barcelona: Trullols, Vila Puig, Torner, Pauls e Centell. Na Argentina a estrela era Daniel Martinazzo, considerado então o melhor jogador do mundo, mas também Mário Rubio, Luz, Mário Aguero e o outro irmão Martinazzo eram garantia de qualidade. Os italianos traziam Marzella, então um jovem promissor, enquanto os holandeses contavam com Habraken, que era uma das principais estrelas do hóquei europeu da altura (a sua equipa Lischtaad, chegou a disputar finais europeias).
Portugal por sua vez contava com uma poderosa equipa, que resistiu muito bem ao final de carreira de Livramento. Ramalhete era o guarda-redes e Franquelim Pais o seu suplente. Ao quinteto do Benfica José Carlos, Fernando Pereira, Leste, Cristiano e José Virgílio, juntava-se o duo leonino João Sobrinho e Chana (resistentes do título europeu de 76-77). Completava o lote o defesa/médio então do Oeiras Vítor Rosado.
Ao longo da prova Portugal não deu no entanto grandes hipóteses à concorrência. 6-1 à Itália, 3-0 à Argentina, depois o inconsequente empate frente aos holandeses, mais algumas goleadas (lembro-me de um 18-0 à Colômbia), e estava na final diante da Espanha.
A final decorreu num domingo ao fim da tarde, com o pavilhão completamente cheio (como acontecera quase todos os dias), e o país suspenso a assistir pela televisão.
A Espanha marcou primeiro deixando no ar a ameaça de uma frustrante derrota ao último dia, como muitas vezes ocorreu na história deste desporto.
Mas Portugal a partir daí foi esmagador, chegando a 5-3, resultado final, do qual recordo particularmente o golo de José Carlos marcando nos últimos instantes e que garantia a vitória e o título.
Tudo terminou então em apoteose, com Ramalhete a erguer a taça.
Era a primeira vez que eu assistia a semelhante feito, e teria que esperar nove anos até ver repetida a saga, então no Mundial 91 no Porto.

4.9.06

QUE RAIO DE "HERMANOS"

Depois dos seniores e dos juvenis, agora foi a vez dos nossos juniores serem afastados do título europeu pela Espanha.
1-5 na final foi o resultado.
Portugal não conseguiu assim revalidar o título que trazia da edição anterior.

1.9.06

A CAMINHO DA FINAL

A selecção portuguesa de juniores derrotou a Inglaterra nos quartos-de-final do Campeonato da Europa por 8-1.
Portugal vai medir forças com a Suiça hoje nas meias-finais, enquanto Espanha e Itália disputam a outra vaga na final de amanhã.

31.8.06

PERDEU-SE UMA BATALHA, CONTINUA A GUERRA

Portugal foi derrotado pela Itália (1-3) no último jogo da primeira fase do Europeu de França.
A equipa nacional esteve a vencer, mas a Squadra Azurra deu a volta ao resultado nos instantes finais da partida, arrecadando assim o primeiro lugar do grupo.
Esta derrota não compromete a presença de Portugal nos quartos-de-final, onde defrontará a Inglaterra.
Jogos dos quartos:
Espanha-Holanda
Portugal-Inglaterra
França-Suiça
Itália-Alemanha

30.8.06

PORTUGAL SOMA E SEGUE

Portugal goleou a anfitriã França por 7-1 na segunda jornada do Europeu de Saint-Omer.
Dois jogos e duas vitórias, 51-1 em golos, é pois o impressionante pecúlio da nossa selecção de juniores.
No outro jogo da ronda a Itália bateu a Holanda por 22-0. Assim sendo basta o empate frente aos transalpinos para assegurar o primeiro lugar no grupo, e evitar a Espanha (também com duas vitórias em dois jogos no outro grupo) até à final.
Diogo Rafael (na foto) é o melhor marcador da competição com doze golos.

29.8.06

HOLANDA ESMAGADA

Portugal derrotou a Holanda por 44-0 (!!) na primeira jornada do Europeu de Juniores de Saint-Omer. O benfiquista Diogo Rafael foi o melhor marcador da partida, anotando nove golos.
No outro jogo do grupo A, a França derrotou a Itália por 1-0.
Hoje joga-se o Portugal-França.

28.8.06

NOVO EUROPEU, NOVA ESPERANÇA

Inicia-se hoje em Saint Omer-França mais uma edição do Campeonato da Europa de Juniores.
Portugal, detentor do título, está incluído no grupo A juntamente com a equipa da casa, a Itália e a Holanda, que defronta hoje na primeira jornada.
No grupo B alinham Espanha, Suiça, Inglaterra e Alemanha.
Boa sorte rapazes !

21.8.06

UMA PENA !

É já um dado adquirido: o Benfica não vai participar na próxima edição da Liga dos Campeões. Os responsáveis encarnados apontam factores financeiros como estando na base da decisão de desistir da prova, adiantando que o dinheiro que o clube poupará em inscrições, deslocações e estadias, reverterá para reforço do plantel com vista à conquista do título nacional – designadamente com as contratações de Vítor Hugo e Tó Silva.
Não estando na pele da direcção benfiquista, é difícil, enquanto adepto do hóquei e do clube, aceitar esta decisão.
O Benfica é, em todo o mundo, o clube que há mais tempo pratica a modalidade. Nunca foi campeão europeu (um desafio sempre adiado), tendo estado contudo em cinco finais da principal prova de clubes do mundo, e conquistado uma Taça Cers. Portugal tem o peso que se sabe no hóquei em patins internacional.
Se no Voleibol, no Basquetebol ou no Andebol se entende que as competições europeias acrescentem pouco ao prestígio do clube – mau grado a rodagem competitiva que proporcionam aos atletas – no hóquei ou no futsal representam uma generosa oportunidade de afirmação europeia, bem como a oportunidade de conquista de títulos internacionais.
No caso particular do hóquei, com alguma sorte nos acasalamentos, é relativamente acessível a qualquer equipa portuguesa estar presente numa “final four” europeia (o F.C.Porto está lá quase sempre, Barcelos e Oliveirense já lá estiveram também, para além das várias presenças do próprio clube da Luz), onde tudo pode acontecer. Acresce a este aspecto, digamos que estrutural, um outro conjuntural e que se prende com o actual relativo apagamento do outrora grande tubarão desta prova, o Barcelona, e o previsível desgaste da veterana equipa detentora do título, o Follónica. Ou seja, a Liga dos Campeões desta época será talvez uma das mais abertas dos últimos anos, onde um Benfica mais maduro poderia ter uma palavra a dizer.
A direcção encarnada, por aquilo que tem feito pelas modalidades do clube, merece o benefício da dúvida nesta estanha decisão. Só ela saberá em rigor a real situação financeira das várias secções, e a conquista do título nacional também é um objectivo importante. Mas a verdade é que esta desistência representa um murro no estômago de todos os benfiquistas amantes da modalidade, não se podendo compará-la à não participação na Top Teams Club de Voleibol ou a outra qualquer não participação internacional. Julgo que até agora, no historial do clube da Luz, só nos sinistros tempos de João Vale e Azevedo o Benfica havia desistido de uma prova europeia de hóquei.
Espera-se agora que esta desistência não passe de uma mera decisão político-económica, e não represente o início de uma nova crise na secção, o que seria a todos os títulos lamentável, quer para o clube, quer para uma modalidade que não vive propriamente nos seus melhores dias.

2.8.06

GOSTAR DE HÓQUEI (5) - Sporting esmagado em casa

O campeonato nacional de 1980-81 é o primeiro de que tenho lembranças mais sistematizadas. Vou hoje aqui recordar o que a minha memória retém dessa temporada, que representou o Tri-campeonato para o Benfica.
Naquela altura, a primeira fase era dividida entre Zona Norte e Zona Sul, enquanto que a segunda agrupava oito equipas, justamente as quatro primeiras classificadas da fase anterior.
Na Zona Sul o Benfica (cujo cinco base assentava em Ramalhete, Fernando Pereira, José Carlos, Picas e Piruças) conseguiu tranquilamente o apuramento, classificando-se em segundo lugar atrás do Sporting (de Sobrinho e Chana), vencedor da Taça das Taças frente ao Cibeles na final. O grande Sesimbra (de Silveira, Garrancho e Carlos Cunha), vencedor da Taça Cers frente aos holandeses do Lischtad (onde jogava Habraken e mais três irmãos de que não lembro o nome), e o Belenenses foram os outros dois apurados.
No Norte, passaram F.C.Porto (de Cristiano, Domingos, Vale e Chalupa), Valongo (de Alves), Juventude de Viana (dos irmãos Gomes da Costa) e Sanjoanense (de Zeca, Gentil e Licínio).
Na fase decisiva o Benfica não daria grandes hipóteses aos seus adversários, perdendo apenas um jogo, justamente no difícil pavilhão de Sesimbra.
A poucas jornadas do final da prova, jogava-se o encontro decisivo. No Pavilhão de Alvalade, o Sporting recebia o Bi-campeão Benfica, e caso ganhasse ainda teria fortes hipóteses de conquistar o título.
Naquela altura o Sporting apresentava-se fortíssimo nas modalidades ditas amadoras, celebrando, então sim, o seu famoso ecletismo. No hóquei havia sido campeão europeu poucos anos antes, no corta-mato dominava por absoluto na Europa, tinha Carlos Lopes, Fernando Mamede, Joaquim Agostinho, e Carlos Lisboa nascia para o basquetebol. Cresci passando por desgostos sucessivos nas várias modalidades frente aos leões. Mas no hóquei parecia estar a ser virada uma página.
Lembro-me de ouvir o relato, suponho que numa quinta-feira à noite, na Rádio Comercial pela voz de Fernando Correia. Numa época em que ainda não havia videos, eu tinha como hábito gravar os relatos, quer de futebol, quer de hóquei, coisas de criança. Esse ouvi-o tantas vezes, que ainda me recordo ao pormenor da marcha do marcador.
O Sporting entrou de rompante, e com o apoio do seu público, em poucos minutos chegou a 2-0 com golos de João Sobrinho. O Benfica parecia vacilar.
Nada disso ! Até final da primeira parte a equipa da Luz chegaria ao empate.
No segundo tempo foi um verdadeiro festival, com sete golos consecutivos dos encarnados na baliza do Sporting (percebem agora porque motivo ouvi o relato tantas vezes ?). A grande estrela da noite foi o goleador José Virgílio (que intercalou a sua carreira entre Itália e o Benfica), que terá marcado uns cinco ou seis.
À mesma hora em Sesimbra, faltava a luz no pavilhão, onde Sesimbra e Belenenses se deviam defrontar. Pelo menos era o que Abel Figueiredo (nunca mais ouvi falar em tal pessoa) dizia nas suas intervenções, cada vez que a emissão saía de Alvalade, sendo por vezes interrompido por mais golos do Benfica. No final 3-9 foi o resultado.
Como podia eu não gostar duma modalidade em que, em apenas uma hora, era possível ouvir gritar nove vezes goooooooolo do Benfica, em plena Alvalade ?
Essa vitória praticamente selou as contas do título, que o Benfica festejaria com o F.C.Porto na Luz, vencendo por 5-3.
Os portistas nunca haviam sido campeões, e estavam ainda longe de disputar e vencer títulos na modalidade. Só a geração de Vítor Hugo, Vítor Bruno, Alves e Realista, que se juntariam um ou dois anos depois, colocaria o F.C.Porto na rota da glória hoquista.
Em terceiro lugar neste campeonato ficou o Valongo, então a maior potência nortenha da modalidade.

31.7.06

VEDETA DO EUROPEU

Este jovem foi o melhor jogador e o melhor marcador do Europeu de Sesimbra. Joga no Paço de Arcos, tem 16 anos e carradas de classe. Chama-se João Rodrigues.

MALA SUERTE !


Depois dos seniores, também a selecção portuguesa de juvenis se viu derrotada pela Espanha, desta feita na final.
A festa estava preparada, o pavilhão a rebentar pelas costuras, mas foi a Espanha que levou o trofeu, com um golo solitário marcado ainda na primeira parte, por Ferran Rosa, iam decorridos nove minutos de jogo.
Em todo o segundo período, praticamente só existiu a selecção nacional, que construiu e desperdiçou inúmeras ocasiões para restabelecer a igualdade. Contudo, a felicidade não esteve do lado dos jovens hoquistas lusos, em particular de João Rodrigues (o melhor marcador da competição e o melhor português em campo), que disparou duas vezes à trave da baliza espanhola.
Resta a honra do dever cumprido, a certeza de se ter vivido uma noite de hóquei "à antiga", e a esperança no futuro do hóquei patinado português.

HÓQUEI EM ESTADO PURO


Com a presença de VEDETA DO HÓQUEI nas bancadas, a França, derrotada na véspera por Portugal por 0-5, venceu a Alemanha por 5-4 após prolongamento, no jogo de atribuição de terceiro e quarto lugar do Europeu de Juvenis de Sesimbra.
Foi um jogo delicioso, com muito espaço e contra-ataques rápidos de parte a parte, além da incerteza no marcador até ao último segundo que o próprio resultado espelha.
Tratou-se de um espectáculo extremamente agradável, jogado perante bancadas completamente repletas, a maioria aguardando o Portugal-Espanha, mas também com a presença de muitos alemães e franceses, que foram festejando golo após golo como se de uma verdadeira final se tratasse.

28.7.06

SEM PROBLEMAS

Portugal está nas meias-finais do Europeu de Juvenis de Sesimbra, ao bater a selecção inglesa por 8-1 em jogo disputado esta noite.
A grande surpresa da ronda foi a derrota da Itália perante a Alemanha por 2-4.
Estão também apurados Espanha, goleou a Áustria por 14-1, e a França, que venceu a Suiça por 3-2.
Amanhã disputam-se as meias-finais, a partir das 20,30 horas com os seguintes jogos:
Espanha-Alemanha
Portugal-França
VEDETA DO HÓQUEI está a envidar esforços para marcar presença em Sesimbra, no sábado, de modo a assistir à final, que se espera seja um clássico Portugal-Espanha.

27.7.06

SOBRE RODAS


Portugal acaba de vencer a Itália por 3-1, e assim garantir o primeiro lugar no grupo A do Europeu de Juvenis de Sesimbra. Se este era o primeiro teste à força dos jovens lusos, há que dizer que foi ultrapassado com distinção.
Destaque nos jogos de hoje para o surpreendente empate da Espanha diante da França (1-1), o que pode indiciar que "nuestros hermanos" não estarão tão fortes como seria de esperar.
Para os quartos-de-final teremos então os seguintes enfrentamentos:
Espanha-Áustria
Suíça-França
Itália-Alemanha
Portugal-Inglaterra.
Se tudo correr com naturalidade, Portugal tem assim o caminho aberto para a final do torneio.

26.7.06

VIVÓ GOLO !

Se os mais velhos, há uma semana atrás, haviam goleado a Áustria por 24-0, os mais novos por pouco não repetiam a marca.
21-0 foi o score final.
Hoje com a Itália, basta um empate para garantir o primeiro lugar no grupo e, teoricamente, evitar a Espanha nas meias finais.

25.7.06

GOSTAR DE HÓQUEI (4) - A Taça dos Campeões Europeus de 1980

No final da temporada de 1979-80 o Benfica festejou novo campeonato e nova taça, mas seria a nível internacional o meu primeiro grande desgosto hoquio-benfiquista.
Depois de ultrapassar o Laverda de Itália (apesar da derrota em casa por 1-2), o La Vendeene de França (com duas goleadas) e o então bastante forte Lichstad da Holanda (onde jogavam três irmãos mais Habraken, e que arrancou um empate na Luz 3-3, perdendo em casa 3-5), o Benfica chegava à final da Taça dos Campeões Europeus. Pela frente tinha o super Barcelona, que na primeira mão venceu no Palau Blau Grana por 5-2, depois do Glorioso se ter adiantado no marcador e chegado a 0-2. Apesar do resultado negativo, tudo permanecia em aberto para a segunda mão na Luz.
Em casa, num pavilhão a rebentar pelas costuras, o Benfica foi derrotado por 3-6 por uma equipa que iria repetir o triunfo na prova por oito vezes consecutivas. Foi uma enorme desilusão. Para a história ficam os cincos das duas equipas: Benfica- Ramalhete, José Carlos, Fernando Pereira, Picas e Piruças; Barcelona- Trullols, Villacorta, Vila-Puig, Torres e Centell.
Tal como no futebol, no hóquei o Benfica perdeu várias finais da principal prova de clubes da Europa, com a diferença que neste nunca chegou, lamentável e azaradamente, a vencer a prova.
Se era preciso também uma dolorosa derrota para cimentar a minha paixão pela modalidade, aí estava ela.

GOSTAR DE HÓQUEI (3) - Recordações 1977-1980

Em 1977 assisti ao meu primeiro jogo de hóquei em patins pela televisão. Numa transmissão directa do já inexistente Pavilhão de Alvalade (algures onde hoje se situa a estação de metro do Campo Grande), recordo-me de ver o Sporting bater o Villanueva de Espanha por 6-0 na primeira mão da final da Taça dos Campeões Europeus, que conquistaria facilmente após nova vitória na Catalunha.
Faltava-me contudo ainda um Benfica ganhador, para me empurrar definitivamente para os braços desta belíssima modalidade.
Na temporada de 1978-79, depois de um tetra campeonato leonino, clube da Luz inicia um ciclo de três títulos nacionais consecutivos, julgo que todos eles acompanhados de taças (uma tri-dobradinha portanto), de vitórias nos torneios de abertura da A F.Lisboa, e apimentados com uma presença na final da Taça dos Campeões. Era a equipa de Ramalhete, José Carlos, Fernando Pereira, Picas e Piruças, depois reforçada com Cristiano e Leste, e por onde passaram também Casimiro e Jorge Vicente (ambos já em fim de carreira), José Virgílio e o guarda-redes António Fernandes.
Não recordo com precisão o primeiro jogo do Benfica de que ouvi falar, mas suponho que tenha sido um Benfica-F.C.Porto do qual vi apenas uma fotografia a preto e branco nas páginas de “A Bola”, penso que em 1979. Recordo-me da final da taça frente ao Sporting, da qual ouvi o relato num sábado ao fim da tarde.
As primeiras imagens que vi em televisão de um jogo nacional foram de um Sporting-Valongo de 1978-79, num programa desportivo que a RTP2 transmitia ao domingo à tarde, e que terminava com uma ligação em directo para a transmissão da parte final de um qualquer jogo de qualquer modalidade que não o futebol, muito embora o basquetebol (ainda nos tempos de Albuquerque) e o andebol (de Brito e João Gonçalves), comentados respectivamente pelo saudoso prof. João Coutinho, e prof. João Barata, preenchessem a maioria desses espaços.
A temporada de 1979-80 foi a da completa adesão à causa hoquista. Já falei neste espaço do Europeu de Barcelona, mas logo com o então bastante acompanhado torneio de abertura me habituei a ouvir os relatos da modalidade nas noites de terça e quinta feira, da mesma forma que ouvia o futebol aos domingos.
Nessa época de 1979-80, disputou-se também um Europeu de juniores em Barcelos (não estou certo mas penso que foi esta competição que estreou o pavilhão), onde se revelou a dupla Vítor Hugo e Vítor Bruno - que com Serra, Saraiva, Domingos Carvalho e João Rodrigues formavam a selecção nacional que arrecadou o trofeu, batendo a Espanha na final por 2-1- cujas estações de rádio acompanharam amplamente (actualmente os jornais desportivos nem uma linha dedicam às competições de jovens, como se pode confirmar hoje mesmo, com o Europeu de Sesimbra já a decorrer).

UMA DÚZIA A ABRIR

Portugal entrou no Europeu de Juvenis de Sesimbra com o pé direito. A Suiça foi a vítima, e doze golos sem resposta o resultado final.
João Rodrigues, com cinco golos, foi o artilheiro de serviço.
Nos outros jogos não houve surpresas. Espanha (7-0 à Inglaterra) e Itália (11-1 à Áustria) ganharam facilmente, enquanto a França empatou com a Alemanha (1-1).
Hoje Portugal defronta a Áustria.

GOSTAR DE HÓQUEI (2) - As noites da rádio

Parece-me um interessante exercício mental, procurar entender porque motivo gostamos de algo. Além de nos proporcionar um maior auto-conhecimento, oferece-nos também uma sólida base de sabedoria face ao próprio objecto da nossa admiração ou paixão, bem como uma enriquecedora sugestão interpretativa acerca das eventuais motivações de todos os outros com quem partilhamos esse gosto. Um dos passos essenciais para determinar o porquê, é sem dúvida recordar o quando.
Não me é difícil recordar quando e porque motivo comecei a gostar de hóquei em patins.
Fruto de influência paterna, a minha primeira e mais consistente paixão desportiva foi, como na maioria das pessoas, o futebol. Desde muito tenra idade me senti fascinado pelo colorido das equipas, dos equipamentos, dos relvados, ainda que numa época em que não existia TV a cores, e apenas nalgumas revistas era possível apreciar a estética resultante dos contrastes entre equipamentos e relvados, entre bancadas e jogadores. Outro dos factores que me tocou foi a competitividade, os números, os golos, os minutos e as pontuações, provavelmente fruto da aprendizagem escolar que simultaneamente me ensinava as somas, subtracções e, mais tarde, divisões e multiplicações.
Á boleia do futebol, das revistas (com destaque particular para a “Equipa”, e também o “Golo”, as “Selecções Desportivas” e todas as suas edições especiais) e dos jornais, fui-me apercebendo de uma realidade desportiva muito para além do próprio desporto-rei. Carlos Lopes e Joaquim Agostinho eram figuras de topo na altura, mas foram os desportos com bola os primeiros a chamar a minha atenção, por analogia com a paixão futebolística já bem incrustada em mim.
O hóquei em patins, com as suas balizinhas pequeninas, com a sua bola de tamanho infantil, disputado num ringue de dimensões reduzidas, mas sem poupanças nos golos, com Benficas-Sportings e Benficas-Portos, selecção nacional, goleadores, guarda-redes, remates e defesas, parecia aos meus olhos um verdadeiro futebolzinho em miniatura (não existia futsal na altura). A falta do colorido da relva era suprida pela estética dos patins e das enormes caneleiras, para além dos pitorescos equipamentos e capacetes dos guarda-redes. Para além de tudo isto, o factor radiofónico reforçava a espectacularidade do hóquei, e permitia acompanhá-lo ao pormenor, em momentos em que o futebol estava ausente, designadamente a meio da semana pela noite, quando se disputavam a maioria dos jogos – o que também se explica porque muitos dos estádios de futebol não dispunham ainda de iluminação, enquanto que todos os pavilhões já a tinham. Sintonizando a Rádio Comercial (como são diferentes os tempos...), pela voz de Abel Figueiredo ou Fernando Correia (mais tarde também Fernando Emílio), ouvia os Benficas-Sporting os Benficas-Alenqueres, os Benficas-Belenenses ou os Benficas-Paços de Arcos para o torneio de abertura, com a mesma emoção com que vivia a jornada futebolística do fim de semana.
O hóquei foi sempre um desporto bastante talhado para a rádio. Proporcionava relatos vibrantes, com muitos golos e jogadas rápidas de ataque e contra-ataque, que nas vozes de locutores como os que referi, ganhavam uma emotividade que talvez nem o futebol conseguisse enquanto espectáculo radiofónico. Uma das coisas que mais me dói enquanto amante do hóquei, é a forma como a rádio o despreza nos dias de hoje, não percebendo que podia ter nele uma boa saída face a crescente televisionização do futebol, enquanto principal desporto de massas.
Em 1979 não era assim. Nem o futebol nem o hóquei eram televisionados, e ambos eram tratados quase da mesma forma ao nível da rádio, sendo pois através desta que fui acompanhando a modalidade, e cimentando o gosto por ela.

24.7.06

EUROPEU MORTO, EUROPEU POSTO

Terminado o Europeu de Seniores, inicia-se já hoje em Sesimbra o Europeu de Juvenis.
A selecção portuguesa está integrada no grupo A juntamente com Itália, Suiça e Áustria, do qual serão duas equipas apuradas para as meias finais.
Hoje Portugal joga com a Suiça.
VEDETA DO HÓQUEI vai provavelmente poder estar presente na final, no próximo sábado. Espera-se que para ver os jovens portugueses levantar a taça.

CONTAS FINAIS

CLASSIFICAÇÃO FINAL: 1º Espanha, 2º Suiça, 3º Portugal e 4º Itália

MARCADORES: Francesco Dolce (Itália) 12 golos, Ricardo Barreiros (Portugal) e Pedro Gil (Espanha) 8 golos

MELHOR ATAQUE: Portugal 40 golos

MELHOR DEFESA: Espanha 3 golos

PRESENTE E FUTURO

Não houve surpresa na final, embora o escasso resultado de 2-0 possa significar que a Suiça, organizadora do próximo Mundial, está a emergir como um adversário a ter em conta na luta pelos primeiros lugares. Por outro lado, a toda poderosa Espanha continua tranquilamente no seu trono – desde 1998, em oito europeus e mundiais, apenas perdeu um, justamente o Mundial de Oliveira de Azeméis em 2003.
Portugal, ao vencer a anfitriã no jogo para o bronze, acabou por conseguir deixar o torneio com um rasto de esperança atrás de si. Não estando na final, foi claramente a segunda melhor equipa da prova e, enquanto demonstra estar num claro processo de crescimento, a selecção de Espanha, não sendo propriamente veterana, não deverá melhorar muito os seus níveis para além do que agora demonstrou, sendo que daqui a uns dois ou três anos alguns dos seus principais jogadores poderão apresentar sinais de quebra. Não sei o que possa suceder em Montreux (os espanhóis ainda estarão muito fortes certamente), mas tenho uma fé que em 2009 o título mundial não nos escapará.

BEM FEITA !

Cá se fazem, cá se pagam.
A eliminação da Itália aos patins da Suiça, na segunda meia final, foi um castigo duro mas merecido para quem tanto tentou, de forma desportiva e não só, garantir presença na final. Este jogo foi também a prova de que esta Itália, mau grado a boa performance de Dolce, parece condenada a alguns anos de jejum, pois esta sua nova geração estará provavelmente uns furos abaixo da anterior. Se saírem os irmãos Bertolucci – não sei se estarão presentes no Mundial 2007 – o panorama ainda resultará mais agravado para a equipa transalpina, que viu chegar ao fim (pelo menos em termos de selecção) jogadores com os gémeos Michelion, os irmãos Mariotti etc, que garantiram durante a última década selecções de grande qualidade.

DIFERENÇAS DE MATURIDADE

Quando se aposta no rejuvenescimento de uma equipa, criam-se bases para o futuro, mas corre-se o risco de comprometer um pouco o presente.
Não se pode dizer que a participação da selecção nacional neste Europeu tenha sido comprometedora, embora de acordo com o nosso palmarés e prestígio alcançado na modalidade, só o título seja um resultado positivo. Mas é indiscutível que no momento da verdade – e esse aconteceu sexta-feira à tarde com a Espanha – a inexperiência de grande parte dos jogadores portugueses fez-se sentir, e foi ela que ditou o nosso afastamento da final.
Nesse jogo, foi notória a diferença de “andamento” entre uma selecção no seu mais elevado grau de maturação (que ainda poderá durar mais dois ou três anos), e outra, com um ou outro elemento mais experimentado, mas na sua maioria constituída por jovens, parte dos quais estreantes.
Nos primeiros vinte minutos, sem grandes riscos de parte a parte, o equilíbrio foi-se mantendo, mas aquele golo logo aos vinte segundos do segundo tempo, seguido de outro pouco depois, desconjuntou por completo a equipa nacional, que daí até final não conseguiu disfarçar o sofrimento e a intranquilidade de quem não sabia dar a volta à situação - sentindo-se a isso obrigada - lutando simultaneamente para evitar uma goleada, que por momentos chegou a dar a sensação de poder vir a tornar-se histórica.
A Espanha foi gerindo o resultado, defendendo como só ela sabe, e partindo em rápidos contra-ataques onde nem precisou do Pedro Gil dos grandes dias, para semear constantemente o perigo junto as redes de Carlos Silva.
Cinco a um no final espelha bem o que se passou.
Esta selecção nacional tem futuro (há ainda jogadores como Pedro Afonso, Rui Ribeiro ou Carlos Martins que ficaram de fora), e poderá já no Mundial de Montreux dar um sinal mais consistente das suas capacidades discutindo com a Espanha (veremos por quanto tempo mais consegue manter este nível) o título, pois a Itália parece estar em vias de iniciar uma travessia do deserto.
Viva o futuro !

21.7.06

À ANTIGA PORTUGUESA !

O meu comentário anterior sobre as goleadas parece ter sido premonitório para a selecção portuguesa.
Ontem em Monza, Portugal arrancou uma goleada das antigas, num jogo em que ficou bem claro o real valor da Áustria, e a forma como ela se apurou para estes quartos-de-final. Doze golos em cada parte - e muitos mais podiam ter sido marcados - frente a jogadores a quem até os patins pareciam atrapalhar, foram um bom tónico para as dificuldades que hoje se adivinham. Ricardo Barreiros com seis golos obtidos foi o mais concretizador, colando-se a Pedro Gil no segundo lugar da lista dos melhores marcadores do torneio, com sete, a dois golos do italiano Dolce.
Não há muito mais que contar sobre este jogo (que em golos resultou num interessante Benfica,12 -F.C.Porto,8...), cuja história se limita apenas aos números.
Devo dizer no entanto que, embora reconheça o efeito negativo que estas goleadas provocam na imagem exterior da modalidade, não acho que estes jogos sejam (para quem goleia, naturalmente) menos interessantes de seguir que muitos dos outros que acabam com resultados menos volumosos. Das três partidas que Portugal fez até agora no Europeu, esta foi a que mais prazer me deu de ver, pois desequilíbrio houve em todas elas, e nesta, a curiosidade de ver até onde o resultado chegava foi sempre alimentando a minha expectativa.
Nos restantes enfrentamentos dos quartos, a Suiça eliminou a França por 4-3, a Espanha venceu facilmente a Alemanha por 10-0 e a Itália bateu Andorra por 11-1.
Hoje, emoções fortes a partir das 17.30 h (hora de Lisboa), com o clássico dos clássicos: Portugal-Espanha. A partir das 20.15 h defrontam-se Itália e Suiça na outra meia-final.
Boa sorte rapaziada !

20.7.06

VERGOGNIA !

Só hoje tive conhecimento da forma escandalosa como decorreu o Itália-Áustria de ontem.
Como o segundo melhor vencedor de grupo se esquivava a defrontar os restantes vencedores de grupo até à final (o que não tem qualquer lógica, conforme referi no comentário anterior), e como a Itália precisava de vencer justamente por 4-0 para ser o segundo melhor vencedor de grupo (ganhando por mais seria o primeiro, e por menos seria o terceiro melhor), os transalpinos depois de marcarem o quarto golo limitaram-se a trocar a bola e a passear pela pista.
Por outro lado, a Áustria, caso perdesse por um elevado número de golos corria sérios riscos de ser eliminada da competição, o que a convidou também a deixar de jogar.
A segunda parte do jogo, ao que se diz, foi uma sombra negra na história dos Europeus. Foi o fracasso completo deste modelo de competição, e algo que o Hóquei em Patins e os seus adeptos não mereciam.
Mais um tiro no pé da credibilização da modalidade, que continua a não ter dirigentes à altura dos bons praticantes que ainda vão aparecendo.

ALINHAMENTOS

As vicissitudes de um regulamento que já desisti de tentar entender, colocam o melhor classificado da primeira fase no caminho, não do quarto melhor como seria natural, mas do terceiro classificado, no alinhamento para as meias finais do Europeu de Monza.
Se verificarmos que esses primeiro e terceiro são Portugal e Espanha, começamos então a perceber as intenções dos organizadores.
Deixando de lado estas estranhas formas de vida, os jogos para os quartos são:

ITÁLIA-ANDORRA
FRANÇA-SUIÇA
ESPANHA-ALEMANHA
PORTUGAL-ÁUSTRIA

Os vencedores dos dois primeiros jogos defrontam-se nas meias, e assim, Portugal terá provavelmente de ultrapassar a Espanha se quiser estar na final, enquanto a Itália tem o caminho aberto para o último jogo da prova, a disputar no sábado à noite.

19.7.06

GRANDES GOLEADAS

Já lá vai o tempo em que as goleadas de dois dígitos eram uma constante nos jogos internacionais.
Hoje, por vários motivos, elas não são tão frequentes, o que é um bom sinal para a evolução da modalidade, mas não deixa esconder algum saudosismo de tempos em que Portugal esmagava grande parte da concorrência com resultados copiosos.
Recordemos quais foram as três maiores goleadas da selecção nacional nos últimos trinta anos:

1ª Portugal-Guatemala 52-1 (Mundial de 1982 em Barcelos)
2ª Portugal-Rússia 45-1 (Europeu de 1994 no Funchal)
3ª Portugal-Áustria 37-0 (Europeu de 1998 em P.Ferreira)

Como se vê, todas estas grandes goleadas surgiram em território nacional (embora vários resultados na casa dos vinte fossem obtidos no exterior), e todas elas em competições nas quais Portugal arrecadou a vitória.
Como curiosidade diga-se que no Europeu do Funchal Portugal conseguiu os seguintes resultados na primeira fase, para além da goleada à Rússia: 30-1 à Bélgica, 9-1 à Holanda e 28-0 à Inglaterra, portanto 112 golos em quatro jogos apenas. Neste torneio a Espanha bateu a Rússia por 61-0, o que penso tratar-se de um record absoluto, algo que poderei futuramente confirmar.
No jogo com a Guatemala em 1982, infelizmente o único não televisionado de todos os jogos da nossa selecção naquele inolvidável torneio, recordo-me da particularidade de um só jogador ter conseguido metade dos golos: José Virgílio, avançado do Benfica (que também passou pelo Hóquei italiano), obteve só à sua conta 26 golos (!!!) nessa partida, tornando-se desde logo, o melhor marcador da prova.

TIROS NO PÉ

O Hóquei em Patins não é um fenómeno global, há que reconhecê-lo. Não é como o Futebol, nem mesmo como o Basquetebol. Os seus adeptos e praticantes cingem-se a pouco mais de meia-dúzia de países, dos quais apenas Portugal, Itália, Argentina e Espanha disputam títulos, sendo que, nomeadamente nestes dois últimos, grande parte das principais equipas se situam numa só região geográfica.
Custa assim ainda mais verificar como os responsáveis pelo hóquei em patins são por vezes capazes de dar autênticos tiros no pé de uma credibilização e espectacularidade que a modalidade precisaria, como de pão para a boca, para se afirmar no panorama do desporto internacional. A organização deste Europeu é, a vários títulos, um exemplo paradigmático daquilo que se não deve fazer.
Escolher um pavilhão com mais de cinco mil lugares para uma competição desta natureza prova a falta de noção das realidades de quem está a organizar. O resultado é um aspecto confrangedor, sem público, sem calor humano, o que não ajuda quem joga nem quem vê.
O modelo competitivo é grotesco. Fazer toda uma fase de grupos para excluir apenas uma das nove selecções em presença é algo que não me recordo de ver, nem em torneios de bairro de qualquer modalidade desportiva. Já que as selecções não são muitas, e se pretende que a prova dure uma semana, não me repugnaria nada se, com este número de participantes, se continuasse a disputar um campeonato de todos contra todos, como foi até há alguns anos atrás (seria até uma forma de marcar a diferença entre Europeu e Mundial). Em alternativa podia-se seguir um modelo com dois grupos que apurassem os dois primeiros para umas meias-finais. Assim é que não.
As tabelas do Hóquei no Gelo até podem favorecer o espectáculo, mas chegar-se a um Campeonato da Europa com os seleccionadores a discutirem se estas são ou não tabelas regulamentares é um atentado à modalidade.
Finalmente gostaria de acrescentar algo que é comum às competições nacionais, e que há muito deveria ter sido objecto de uma reflexão. Tendo em conta que nos dias de hoje qualquer modalidade procura responder às exigências de uma espectacularidade televisiva que garanta receitas necessárias à sua viabilização e expansão, não se entende como continua a ser permitida publicidade no próprio piso, sabendo-se o que isso perturba em termos de transmissão televisiva dada a pequena dimensão da bola e a velocidade a que ela rola. Com pisos necessariamente claros, bolas escuras ou até eventualmente em cores garridas, e sem qualquer publicidade, certamente que um jogo televisionado teria outro encanto, e seria um produto mediático mais apetecido. Veja-se como exemplo o que aconteceu no último Mundial de Futebol, quando a FIFA ordenou a cobertura dos estádios que dela dispunham, de modo a não deixar que os contrastes entre as zonas de sol e de sombra pudessem beliscar a qualidade da imagem. É também assim que o Futebol cimenta o seu reinado. Aprenda-se com ele.

SETE VEZES GOLO

Após uma primeira jornada pouco fértil em golos, a selecção nacional obteve ontem uma expressiva vitória por 7-0 sobre a sua congénere suíça, um adversário inicialmente tido como mais difícil que a equipa de Andorra.
Até ao intervalo, a equipa portuguesa controlou o jogo sem arriscar muito, e após algumas boas intervenções de Carlos Silva, acabou por marcar dois belos golos, por Sérgio Silva e Ricardo Barreiros, que lhe davam alguma tranquilidade para encarar o segundo tempo.
Com o terceiro golo, obtido novamente por Sérgio Silva, a equipa nacional libertou-se definitivamente e, beneficiando de algum desnorte dos jovens jogadores helvéticos, arrancou para uns últimos dez minutos de grande qualidade, chegando a uma goleada que não estaria nas conjecturas de ninguém. Jorge Silva por duas vezes, Vítor Hugo e Reinaldo Ventura foram os autores dos golos que fizeram subir os números até sete, e mais alguns minutos de jogo houvesse, mais golos a selecção portuguesa teria certamente marcado.
Curiosamente foi com alguns dos seus jovens jogadores em campo que Portugal mais brilhou. Tiago Rafael, Jorge Silva, Pedro Moreira e Vítor Hugo parecem de facto assegurar o futuro do hóquei português. Os testes de fogo estão já aí ao pé da porta.
Os desfechos de hoje ditarão o nosso adversário nos quartos-de-final deste torneio, cujo modelo competitivo não parece muito bem conseguido. É verdade que obriga as selecções mais poderosas a jogarem sempre para a goleada, o que favorece o espectáculo, mas o facto de toda a primeira fase apenas excluir uma selecção é completamente absurdo.

18.7.06

VITÓRIA NATURAL

Portugal iniciou com uma vitória, como se esperava, a sua participação no Europeu de Monza.
Perante uma equipa fechadíssima, e com cultura defensiva assinalável, os jogadores portugueses enfrentaram algumas dificuldades em se aproximar da baliza contrária. Ainda assim com golos de Valter Neves, em jogada rápida de contra-ataque numa das poucas situações em que o quadrado de Andorra abriu, e Reinaldo Ventura, na sequência de um livre indirecto, Portugal chegou ao intervalo com um resultado natural de 2-0.
Na segunda parte o jogo não mudou de feição, embora se notasse um maior adormecimento por parte da equipa de Paulo Baptista que, em vantagem no marcador, pareceu procurar despender a menor energia possível. Jorge Silva faria o último golo da selecção nacional.
Destaque para os desempenhos de Valter Neves e Sérgio Silva, bem como para a estreia de Vítor Hugo, que patenteou uma tranquilidade própria de um veterano.
Nos restantes resultados do dia, a Espanha goleou a Inglaterra por 8-0, enquanto a Itália venceu a Alemanha por 7-1. Dúvidas desfeitas quanto à constituição da equipa transalpina, que se apresenta com a jovem base do Mundial de San Juan, “reforçada” com os irmãos Bertolucci. Uma candidata portanto.
Com os resultados de ontem, ficou praticamente definido que não nos iremos livrar de jogar as meias-finais com outro dos candidatos ao título (Itália ou Espanha).
Hoje Portugal joga com a Suíça, quase só para cumprir calendário.

17.7.06

GOSTAR DE HÓQUEI (1) - Barcelona1979, o meu primeiro Europeu

Ao iniciar-se mais um Europeu de Hóquei em Patins, gostaria de partilhar com os leitores as minhas mais remotas recordações da competição.
Em 1977 o torneio decorrera em Portugal (e o título ficou por cá), mais precisamente no Palácio de Cristal do Porto, mas dessa ocasião apenas me recordo vagamente de algumas fotografias em publicações da época (designadamente na revista “Equipa”), numa fase em que, apesar de já acompanhar razoavelmente o futebol, não despertara completamente para o Hóquei – ainda que me lembre, pontualmente, do Sporting se sagrar campeão europeu nesse ano em Espanha, diante do Villanueva, em jogo transmitido pela televisão na altura, e recordado há poucos dias atrás na RTP Memória.
Assim, o primeiro Europeu de Hóquei que recordo de modo mais consistente foi o de 1979, que ouvi pela rádio, pois só no Mundial de 1982 em Barcelos me recordo de ver um jogo da selecção nacional na televisão (em provas no estrangeiro, julgo que só praticamente nos anos noventa se tornou prática corrente a transmissão via TV).
A prova decorreu em Barcelona (de 17 a 24 de Novembro), no mítico Palau Blau Grana, local que, só de ouvir o nome, assusta qualquer benfiquista amante do hóquei, particularmente quem se lembre das “cabazadas” que o Glorioso de lá trazia habitualmente nas provas europeias de clubes.
Era também o primeiro Campeonato da Europa da era pós-António Livramento, uma espécie de Eusébio do Hóquei, com a diferença de ter passado pelos três grandes (no F.C.Porto apenas como treinador). A selecção nacional apresentava-se também desfalcada dos sportinguistas Sobrinho e Chana, dois dos melhores jogadores da altura, não me recordo se por lesão ou outro qualquer motivo.
A grande estrela da equipa era Cristiano (F.C.Porto, depois passaria pelo Benfica), se bem que o guarda-redes Ramalhete (na altura já no Benfica) fosse também um dos expoentes máximos daquela geração de hoquistas. José Carlos (Benfica), os irmãos Rosado (Vítor e José), o goleador Carvalho e o guardião suplente Saraiva (todos do grande Oeiras dos anos setenta), o experiente Garrancho (passou por vários clubes, mas na altura suponho que estava no Sesimbra) e os pitorescos e calvos gémeos Gomes da Costa (que jogavam na altura no Infante de Sagres, se não estou em erro) completavam o lote dos seleccionados.
A selecção portuguesa foi vencendo, como habitualmente, todos os adversários que se lhe foram colocando no caminho – à excepção da Suiça, com quem não foi além de um estranho 0-0 – até ao último jogo, num domingo à noite, já bem tarde por sinal, em que defrontou os anfitriões.
8-1 à França, 6-1 à Bélgica, 6-1 à Alemanha, 4-1 à Holanda, 0-0 com a Suiça, 4-2 à Itália, e 11-1 à Inglaterra, foram os resultados alcançados ao longo da semana, numa época em que os Europeus e Mundiais ainda se disputavam no modelo de todos contra todos.
Chegava-se então à autêntica final, pois a Espanha tinha ganho todos os jogos (14 pontos), e Portugal, como disse, empatado apenas um (13 pontos). Aos espanhóis bastava o empate. Julgo que Portugal teve de realizar dois jogos nesse dia, e que o encontro frente à Inglaterra foi jogado nessa mesma tarde, ao mesmo tempo que em Lisboa, o Benfica batia o Sporting na Luz por 3-2 para o nacional de futebol.
A equipa espanhola era constituída por elementos de grande nível, e o seu esqueleto era o do fabuloso Barcelona, campeão europeu oito vezes consecutivas por aqueles anos. O guarda-redes era o “mostro” Carlos Trullols, que dividia com Ramalhete o título de melhor do mundo. Villacorta, Vila-Puig, Torres e Centell completavam o cinco base. Torres, seria pouco tempo depois substituído por Pauls no cinco de Espanha e do Barcelona, designadamente na equipa que derrotou o Benfica na final da Taça dos Campeões Europeus do ano seguinte.
A Espanha venceu por 2-1, e do relato radiofónico – como são saudosos os tempos em que todas as competições de Hóquei eram transmitidas pela rádio, designadamente a Rádio Comercial (!!) que até os jogos do Torneio de Abertura da A.P.Lisboa relatava – apenas recordo as intermináveis trocas de bola entre os dois defensores catalães, Villacorta e Vila-Puig, suponho que ainda na sua meia pista (não havia lei do anti-jogo), o que se afigurava bastante irritante para quem nesta ponta da península ibérica ouvia com ansiedade o que se ia passando.
A Espanha era mais forte e, além de campeã europeia, sagrar-se-ia campeã do mundo no ano seguinte em Talcahuano no Chile.
Eu tinha nove anos, e nesse Domingo, 23.00 h, 24 de Novembro de 1979, ouvi o jogo já deitado na cama, com um pequeno transistor na almofada. Ainda estaria para vir, três anos depois, o dia em que veria Portugal vencer um título.

14.7.06

UM NOVO EUROPEU, A MESMA AMBIÇÃO

Inicia-se segunda feira em Monza mais um Campeonato da Europa. As expectativas são as de sempre: vencer.
Desde 1998 que Portugal não ganha esta competição – a última vitória foi em Paços de Ferreira, onde vencemos a Espanha na final no desempate por grandes penalidades. Já é tempo de recuperar o trofeu.
Na selecção nacional a época é de renovação, com a chamada de jogadores bastante jovens e ainda pouco conhecidos dos palcos internacionais. São os casos de Tiago Rafael (defesa do Óquei de Barcelos), Pedro Moreira e Jorge Silva (ambos do penta-campeão F.C.Porto) e Vítor Hugo (futuro reforço do Benfica), chamados pela primeira vez pelo novo seleccionador Paulo Baptista.
Da convocatória ressalta a ausência de Pedro Afonso, que terminou bem a temporada no Benfica - designadamente desde que Carlos Dantas assumiu a equipa, período em que remeteu Leonardo Tomba para o banco de suplentes - bem como a do goleador Tó Silva (também contratado pelo Benfica para a próxima temporada), que nem da pré-convocatória fez parte.
O toque de experiência é dado por Sérgio Silva (campeão europeu de clubes com o Follonica) e por Reinaldo Ventura (F.C.Porto). Os benfiquistas Valter Neves e Ricardo Barreiros completam o lote de jogadores de campo, enquanto na baliza estarão o também benfiquista Carlos Silva e o barcelense João Pereira.
É um grupo de jogadores bastante forte, e será certamente candidato ao título. O cinco inicial não andará muito longe do seguinte: Carlos Silva, Valter Neves, Sérgio Silva, Ricardo Barreiros e Reinaldo Ventura.
A estreia é com Andorra, seguindo-se na terça feira a Suiça. Na quinta feira jogam-se os quartos-de-final, onde certamente Portugal terá o seu lugar. Nos dias seguintes teremos as meias-finais e a final, onde todos esperamos que a selecção nacional possa também estar presente.
Desconheço ainda a lista de convocados da Itália, pelo que não sei se a aposta nos jovens que disputaram o Mundial de San Juan é para manter, ou pelo contrário, se vai socorrer da velha guarda – quase toda campeã europeia com o Follónica – para tentar conquistar o Europeu que realiza em sua casa. Se esta segunda hipótese se verificar, teremos uma Itália fortíssima, e capaz de assumir todo o favoritismo na competição. Caso contrário, parece ser ainda cedo para os novos valores poderem ser capazes de conquistar títulos internacionais.
Quanto à outra candidata, a Espanha, as dúvidas são poucas. A equipa de Panadero, Gil e Bargalló vai apresentar-se fortíssima, ostentando o seu título mundial, e de certo que não quererá deixar de conquistar mais um trofeu.
Aqui estaremos na próxima semana para seguir esta competição.

13.7.06

APRESENTAÇÃO

Este espaço é uma extensão do Blog VEDETA DA BOLA, dedicada exclusivamente ao Hóquei em Patins.
A intenção inicial de VEDETA DA BOLA era abarcar todas as modalidades desportivas. Todavia, esse acabou por não ser o caminho seguido, ficando centrado apenas no Futebol.
Como apaixonado do Hóquei em Patins desde tenra infância, não o poderia deixar de fora do âmbito da minha actividade bloguistica.
VEDETA DO HÓQUEI é pois o resultado desse desejo, e vai procurar, não só acompanhar a modalidade (com particular incidência no Benfica), como também recordar alguns dos momentos cuja memória ainda não apagou.