29.9.06

MALDIÇÕES

Aconteceu aquilo que se temia.
O Benfica foi claramente derrotado pelo Réus (1-3) exibindo um hóquei demasiado curto para a experiente equipa espanhola. Ao longo de todo o jogo, deu sempre a sensação de que o resultado poderia chegar a números até bem mais expressivos, tal a superioridade dos catalães.
Carlos Dantas vai ter muito trabalho pela frente se quiser fazer desta equipa campeã nacional – como é objectivo do clube -, tendo-se agora percebido de forma mais cabal porque é que a direcção encarnada optou por se auto-excluir da Liga dos Campeões. Os jogadores são individualmente bons, mas a equipa não funciona minimamente, como já se havia visto na primeira jornada frente ao Petro de Luanda, o que foi disfarçado depois pela fragilidade dos brasileiros do Sertãozinho.
Já antes o F.C.Porto, rei e senhor das provas nacionais, havia confirmado a sua maldição internacional sendo derrotado pelo Bassano de Ricardo Pereira e Luís Viana. É impressionante como este F.C.Porto, tão afirmativo a nível nacional, tem somado decepções internacionais na última década, com várias finais perdidas, derrotas caseiras inesperadas, em que quase sempre acontece qualquer coisa a perturbar a equipa.
Assim sendo, as equipas portuguesas, que hoje se defrontam, ficam agora em muito maus lençóis face a esta competição, o que me faz interrogar sobre o caminho que o hóquei luso tem levado nos últimos tempos.
Nos últimos oito anos, em todas as competições seniores de clubes e selecções (contas por alto, umas 25 provas !), apenas o título de Oliveira de Azeméis em 2003, e o Paço de Arcos vencedor da CERS, encobriram uma realidade cada vez mais nebulosa, no país que mais ama a modalidade. As derrotas têm-se sucedido, e cada vez dá a sensação de ser mais complicado aos portugueses vencerem espanhóis e italianos.
Se juntarmos a isto um campeonato regionalmente cada vez mais localizado, a falta de mediatismo dada às competições nacionais (sem televisão, sem rádio e com cada vez menos cobertura pelos jornais) e a consequente falta de público nos pavilhões, perante o silêncio e a paralisia do poder federativo, julgo haver razões fortes para temer o futuro desta nossa tão querida modalidade, que tem hoje a concorrência de um Futsal cada vez mais pujante e popular, de um Basquetebol com outra visibilidade internacional e de um Voleibol em crescendo.
Nunca um Benfica-F.C.Porto terá sido um autêntico “jogo dos tristes” como será o de hoje. Veremos se ao menos proporcionam um bom espectáculo.

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