30.4.07

HEXAPORTO !

Aconteceu aquilo que se esperava. Mais golo menos golo, o F.C.Porto conquistou, com inteira justiça, o seu sexto título consecutivo na modalidade.
Conforme havíamos previsto, aquele primeiro jogo deixou sequelas irreversíveis no desfecho de uma final que já se aguardava difícil para o Benfica. A derrota na Luz foi o golpe de misericórdia, e esta goleada apenas selou as contas. Nem os próprios jogadores encarnados pareciam já acreditar nos favores do destino, entrando em campo como pouco mais do que “bonecos cabeçudos” da festa portista.
O jogo tem pouca história, e a final também acaba por não ter muito mais.
Ficam os parabéns ao F.C.Porto, e já agora também aos seus adeptos e à forma como sabem criar uma atmosfera muito forte em torno da sua equipa, apoiando freneticamente a equipa, ao contrário dos benfiquistas que nem foram capazes de encher o pavilhão Açoreana numa tarde de feriado.
Sou como sabem benfiquista e custa-me admitir isto, mas as verdades são para ser ditas, sobretudo quando são desconfortáveis de ouvir.

27.4.07

PORTO RUMO AO HEXA

Ao vencer na Luz por 2-3, o F.C.Porto deu um passo importantíssimo para a conquista do seu sexto título nacional consecutivo.
De facto, não é crível que os encarnados consigam vencer três jogos seguidos aos dragões, dois dos quais fora, quando em cinco partidas disputadas esta temporada em nenhuma delas lograram alcançar qualquer vitória.
Na partida da Luz ficou claro que a este Benfica ainda falta qualquer coisa para disputar a ampla hegemonia portista dos últimos anos. Quem sabe na próxima temporada, perante um Porto que se antevê desfalcado de algumas das mais preponderantes peças da sua trituradora máquina, a equipa de Carlos Dantas possa enfim dar uma alegria aos seus adeptos, que desde 1998 não festejam um título nacional de hóquei em patins.
Depois de uma primeira parte equilibrada e empatada (golos de Ventura e Vítor Hugo), e de um golo benfiquista a abrir a segunda marcado por Ricardo Barreiros, o Benfica pareceu sentir a vertigem da responsabilidade, entregando-se de forma inapelável à maior frieza e experiência dos azuis e brancos. Um golo estranho que não se percebeu bem de quem foi, e um outro de Pedro Gil em contra-ataque quando os encarnados procuravam avidamente retomar o caminho da vitória, selaram o resultado final, por entre algumas oportunidades desperdiçadas de parte a parte.O F.C.Porto caminha assim para o desejado hexa, que poderá confirmar já amanhã em Fânzeres. Veremos como reage o Benfica a mais este golpe, depois de manifestamente não se ter conseguido alhear da infelicidade com que se deparou na primeira partida que, da forma como se desenvolveu e finalizou, parece ter marcado, talvez definitivamente, esta final do play-off.

22.4.07

ALTA TENSÃO

F.C.Porto e Benfica proporcionaram ao país um encontro de grande emotividade, com lances de grande qualidade, e incerteza até ao fim.
O resultado de 1-1 já se está a tornar uma rotina nos jogos entre os dois clubes, pois foi a quarta vez esta temporada que tal aconteceu, em outros tantos jogos. Desta vez, havia que resolver a contenda, e o F.C.Porto levou a melhor no desempate por grandes penalidades.
O Benfica foi infeliz, pois terá sido, no conjunto dos 60 minutos de jogo, a equipa que mais perto esteve da vitória. Há alguns anos que não me recordo de ver um Benfica tão forte e personalizado no Pavilhão de Fânzeres, onde o ambiente é, para si, tão infernal e intimidatório – a propósito, não se compreende o parco contingente policial que normalmente segura este pavilhão nos jogos com o Benfica, quando na Luz acontece justamente o contrário.
A equipa de Franklim Pais sente claramente a falta do melhor Pedro Gil, que esta época ainda não chegou a aparecer. Sem a velocidade e potência do internacional espanhol, o F.C.Porto perde bastante agressividade ofensiva, acabando por cair nalguma falta de imaginação para tornear defesas sólidas como a do Benfica – já na Liga dos Campeões se tinha verificado algo semelhante.
O Benfica apareceu muito bem, extremamente tranquilo, com Tó Silva em excelente plano – só lhe falou marcar aquele golo que tudo decidiria... – e uma boa rotatividade assegurada pelas entradas de Barreiros, Pedro Afonso e sobretudo Carlitos, que acabaria por marcar o golo encarnado e converter também o seu penálti no desempate.
Quando os dragões inauguraram o marcador era o Benfica que tinha claramente o sinal mais do jogo. Curiosamente, foi num dos melhores momentos dos portistas que o Benfica acabaria por restabelecer a igualdade já na segunda parte.
Os instantes finais, e todo o prolongamento, foram de grande emoção e alto nível hoquistico. Ao contrário do que seria de esperar, as equipas não se remeteram à defesa e procuraram resolver o jogo. Não houve mais golos, mas oportunidades não escassearam para ambos os lados.
Pensou-se que a ausência de Edo Bosch podia ser determinante no desempate por grandes penalidades. Contudo, o facto de a moeda ao ar ter permitido aos portistas levarem a decisão quase para o baixo dos Super Dragões, conjuntamente com a perseguição que os árbitros fizeram a Carlos Silva, desconcentrando-o claramente, acabaram por ser situações de maior peso no desfecho final, com Reinaldo Ventura e Filipe Santos a converterem duas stickadas, contra apenas uma de Carlitos.
A exibição benfiquista faz acreditar que nada esteja perdido, mas numa prova deste género é importantíssimo começar a vencer. E o Benfica há muito que não estava tão perto disso em Fânzeres, acabando por “morrer na praia” o que deixará eventualmente algumas marcas na equipa sob o ponto de vista anímico. Veremos como reage na quarta-feira, onde tem oportunidade de fazer voltar tudo à estaca zero.Nota final para os comentários de Vítor Bruno, ex jogador portista, que quanto a mim são um lamentável exemplo de parcialidade. Será talvez o caso mais flagrante da televisão portuguesa, em todas as modalidades, de alguém que não sabe mesmo despir a camisola, e como tal não se compreende como possa continuar a colaborar com as transmissões. Ter sido um grande jogador – e foi-o – não me parece ser motivo suficiente para comentar os jogos como se de um mero observador se tratasse.

19.4.07

AÍ ESTÁ A GRANDE FINAL !



Sábado 21 Fânzeres ; Quarta 25 Luz ; Sábado 28 Fânzeres ; Terça 1 Luz (se necessário) ; Sábado 5 Fânzeres (se necessário)
Sempre na RTP.
As duas melhores equipas portuguesas, e duas das melhores equipas mundiais, disputam uma final aguardada com grande expectativa. Conquistará o F.C.Porto o seu 6º título consecutivo ?Conseguirá o Benfica finalmente destronar os portistas ? Em breve saberemos.
O F.C.Porto é favorito, não só por ser campeão, mas por poder fazer valer o factor casa a seu favor, em particular sabendo-se tudo o que frequentemente acontece nos jogos em Fânzeres.
O Benfica pode surpreender, e aproveitar a menor forma de alguns jogadores nucleares do F.C.Porto para se superiorizar. Para isso terá que vencer pelo menos um jogo fora, o que não é fácil.
Esperam-se grandes espectáculos, e acima de tudo que sejam correctos dentro e fora da pista, e assim façam com que esta seja uma boa oportunidade, com a televisão presente, de relançar a modalidade no nosso país.

10.4.07

MONTREUX PARTE 1

Repetiu-se uma vez mais a história dos últimos anos. Portugal perdeu com a Espanha, conquistando esta mais um título, neste caso a Taça das Nações de Montreux, o mais antigo torneio de hóquei em patins de todo o mundo, este ano com a particularidade de anteceder o Mundial a disputar em Junho no mesmo local.
A equipa nacional apresentou uma equipa incompreensivelmente desfalcada dos jogadores do F.C.Porto, quando a Final Four da Liga dos Campeões se havia disputado vários dias antes, e se tinha limitado, para os portistas, a apenas um jogo. Aliás, Pedro Gil, o mais importante jogador do F.C.Porto alinhou naturalmente pela sua selecção.
Para além desta inexplicável atitude, Paulo Baptista decidiu também deixar em Lisboa Ricardo Barreiros, acabando por desaproveitar um torneio que deveria ser de afinação para o Mundial de um cinco e uma equipa já constituídas. Não é líquido que Portugal com Reinaldo Ventura, Jorge Silva, Barreiros ou (porque não) o “italiano” Ricardo Pereira, vencesse o torneio. Mas não sobram dúvidas que alinhando e rodando a equipa que disputará o Mundial, a selecção nacional entraria na competição de Junho em melhores condições.
Tem sido norma na equipa portuguesa as constantes alterações de convocatória para convocatória, ao sabor de critérios técnicos nem sempre compreensíveis. A última ocasião em que Portugal participou numa competição com os seus melhores jogadores foi em Oliveira de Azeméis em 2003 e o resultado foi a conquista do título mundial. Aparte essa prova, o critério seguido tem sido invariavelmente o da inovação aventureirista, desprezando jogadores experientes, e rotinas de grupo que favoreceriam seguramente melhores resultados.
O resultado repetiu-se. A Espanha venceu e Portugal deixou nota de uma fragilidade enorme face ao país vizinho, ao qual não ganhamos vai para uma década (em 2003 não defrontámos os espanhóis).
Veremos o que acontece em Junho, que alterações surgirão até lá, se jogadores como Ricardo Oliveira, Tiago Resende ou Rui Ribeiro repetirão a convocatória, que portistas serão chamados. A avaliar por este Montreux, o próximo não anuncia nada de bom, isto querendo considerar que para um país com as tradições de Portugal apenas o título interessa.
Nota para a utilização de bolas amarelas que respondem aquilo que aqui tenho defendido, e que passa pela imperiosa necessidade que o hóquei tem de conquistar espaço televisivo. Só é pena que o piso se apresentasse carregado de publicidade, inviabilizando assim que as novas bolas pudessem fazer valer os seus méritos. Talvez para o Mundial, sem publicidade no piso e exclusivamente com as marcações do hóquei, como se impõe numa competição de topo, tenhamos belas transmissões televisivas, capazes de aglutinar o público que tão arredio tem andado de uma modalidade que nada tem feito para o reconquistar.

2.4.07

OS SUSPEITOS DO COSTUME

O Barcelona conquistou o seu 17º título europeu, ao bater na final o anfitrião Bassano por 5-2.
No sábado os catalães haviam derrotado o F.C.Porto por 3-2 após prolongamento, e após os dragões terem estado duas vezes em vantagem.
Podem os portugueses queixar-se da sorte, mas foi quase sempre assim, sem grande exuberância exibicional, que o Barcelona conseguiu alancar os seus títulos. Todavia há que também dizer que por exemplo Pedro Gil esteve muitíssimo longe do seu melhor.
Os portistas falham assim uma vez mais um dos seus grandes objectivos.