31.7.06

VEDETA DO EUROPEU

Este jovem foi o melhor jogador e o melhor marcador do Europeu de Sesimbra. Joga no Paço de Arcos, tem 16 anos e carradas de classe. Chama-se João Rodrigues.

MALA SUERTE !


Depois dos seniores, também a selecção portuguesa de juvenis se viu derrotada pela Espanha, desta feita na final.
A festa estava preparada, o pavilhão a rebentar pelas costuras, mas foi a Espanha que levou o trofeu, com um golo solitário marcado ainda na primeira parte, por Ferran Rosa, iam decorridos nove minutos de jogo.
Em todo o segundo período, praticamente só existiu a selecção nacional, que construiu e desperdiçou inúmeras ocasiões para restabelecer a igualdade. Contudo, a felicidade não esteve do lado dos jovens hoquistas lusos, em particular de João Rodrigues (o melhor marcador da competição e o melhor português em campo), que disparou duas vezes à trave da baliza espanhola.
Resta a honra do dever cumprido, a certeza de se ter vivido uma noite de hóquei "à antiga", e a esperança no futuro do hóquei patinado português.

HÓQUEI EM ESTADO PURO


Com a presença de VEDETA DO HÓQUEI nas bancadas, a França, derrotada na véspera por Portugal por 0-5, venceu a Alemanha por 5-4 após prolongamento, no jogo de atribuição de terceiro e quarto lugar do Europeu de Juvenis de Sesimbra.
Foi um jogo delicioso, com muito espaço e contra-ataques rápidos de parte a parte, além da incerteza no marcador até ao último segundo que o próprio resultado espelha.
Tratou-se de um espectáculo extremamente agradável, jogado perante bancadas completamente repletas, a maioria aguardando o Portugal-Espanha, mas também com a presença de muitos alemães e franceses, que foram festejando golo após golo como se de uma verdadeira final se tratasse.

28.7.06

SEM PROBLEMAS

Portugal está nas meias-finais do Europeu de Juvenis de Sesimbra, ao bater a selecção inglesa por 8-1 em jogo disputado esta noite.
A grande surpresa da ronda foi a derrota da Itália perante a Alemanha por 2-4.
Estão também apurados Espanha, goleou a Áustria por 14-1, e a França, que venceu a Suiça por 3-2.
Amanhã disputam-se as meias-finais, a partir das 20,30 horas com os seguintes jogos:
Espanha-Alemanha
Portugal-França
VEDETA DO HÓQUEI está a envidar esforços para marcar presença em Sesimbra, no sábado, de modo a assistir à final, que se espera seja um clássico Portugal-Espanha.

27.7.06

SOBRE RODAS


Portugal acaba de vencer a Itália por 3-1, e assim garantir o primeiro lugar no grupo A do Europeu de Juvenis de Sesimbra. Se este era o primeiro teste à força dos jovens lusos, há que dizer que foi ultrapassado com distinção.
Destaque nos jogos de hoje para o surpreendente empate da Espanha diante da França (1-1), o que pode indiciar que "nuestros hermanos" não estarão tão fortes como seria de esperar.
Para os quartos-de-final teremos então os seguintes enfrentamentos:
Espanha-Áustria
Suíça-França
Itália-Alemanha
Portugal-Inglaterra.
Se tudo correr com naturalidade, Portugal tem assim o caminho aberto para a final do torneio.

26.7.06

VIVÓ GOLO !

Se os mais velhos, há uma semana atrás, haviam goleado a Áustria por 24-0, os mais novos por pouco não repetiam a marca.
21-0 foi o score final.
Hoje com a Itália, basta um empate para garantir o primeiro lugar no grupo e, teoricamente, evitar a Espanha nas meias finais.

25.7.06

GOSTAR DE HÓQUEI (4) - A Taça dos Campeões Europeus de 1980

No final da temporada de 1979-80 o Benfica festejou novo campeonato e nova taça, mas seria a nível internacional o meu primeiro grande desgosto hoquio-benfiquista.
Depois de ultrapassar o Laverda de Itália (apesar da derrota em casa por 1-2), o La Vendeene de França (com duas goleadas) e o então bastante forte Lichstad da Holanda (onde jogavam três irmãos mais Habraken, e que arrancou um empate na Luz 3-3, perdendo em casa 3-5), o Benfica chegava à final da Taça dos Campeões Europeus. Pela frente tinha o super Barcelona, que na primeira mão venceu no Palau Blau Grana por 5-2, depois do Glorioso se ter adiantado no marcador e chegado a 0-2. Apesar do resultado negativo, tudo permanecia em aberto para a segunda mão na Luz.
Em casa, num pavilhão a rebentar pelas costuras, o Benfica foi derrotado por 3-6 por uma equipa que iria repetir o triunfo na prova por oito vezes consecutivas. Foi uma enorme desilusão. Para a história ficam os cincos das duas equipas: Benfica- Ramalhete, José Carlos, Fernando Pereira, Picas e Piruças; Barcelona- Trullols, Villacorta, Vila-Puig, Torres e Centell.
Tal como no futebol, no hóquei o Benfica perdeu várias finais da principal prova de clubes da Europa, com a diferença que neste nunca chegou, lamentável e azaradamente, a vencer a prova.
Se era preciso também uma dolorosa derrota para cimentar a minha paixão pela modalidade, aí estava ela.

GOSTAR DE HÓQUEI (3) - Recordações 1977-1980

Em 1977 assisti ao meu primeiro jogo de hóquei em patins pela televisão. Numa transmissão directa do já inexistente Pavilhão de Alvalade (algures onde hoje se situa a estação de metro do Campo Grande), recordo-me de ver o Sporting bater o Villanueva de Espanha por 6-0 na primeira mão da final da Taça dos Campeões Europeus, que conquistaria facilmente após nova vitória na Catalunha.
Faltava-me contudo ainda um Benfica ganhador, para me empurrar definitivamente para os braços desta belíssima modalidade.
Na temporada de 1978-79, depois de um tetra campeonato leonino, clube da Luz inicia um ciclo de três títulos nacionais consecutivos, julgo que todos eles acompanhados de taças (uma tri-dobradinha portanto), de vitórias nos torneios de abertura da A F.Lisboa, e apimentados com uma presença na final da Taça dos Campeões. Era a equipa de Ramalhete, José Carlos, Fernando Pereira, Picas e Piruças, depois reforçada com Cristiano e Leste, e por onde passaram também Casimiro e Jorge Vicente (ambos já em fim de carreira), José Virgílio e o guarda-redes António Fernandes.
Não recordo com precisão o primeiro jogo do Benfica de que ouvi falar, mas suponho que tenha sido um Benfica-F.C.Porto do qual vi apenas uma fotografia a preto e branco nas páginas de “A Bola”, penso que em 1979. Recordo-me da final da taça frente ao Sporting, da qual ouvi o relato num sábado ao fim da tarde.
As primeiras imagens que vi em televisão de um jogo nacional foram de um Sporting-Valongo de 1978-79, num programa desportivo que a RTP2 transmitia ao domingo à tarde, e que terminava com uma ligação em directo para a transmissão da parte final de um qualquer jogo de qualquer modalidade que não o futebol, muito embora o basquetebol (ainda nos tempos de Albuquerque) e o andebol (de Brito e João Gonçalves), comentados respectivamente pelo saudoso prof. João Coutinho, e prof. João Barata, preenchessem a maioria desses espaços.
A temporada de 1979-80 foi a da completa adesão à causa hoquista. Já falei neste espaço do Europeu de Barcelona, mas logo com o então bastante acompanhado torneio de abertura me habituei a ouvir os relatos da modalidade nas noites de terça e quinta feira, da mesma forma que ouvia o futebol aos domingos.
Nessa época de 1979-80, disputou-se também um Europeu de juniores em Barcelos (não estou certo mas penso que foi esta competição que estreou o pavilhão), onde se revelou a dupla Vítor Hugo e Vítor Bruno - que com Serra, Saraiva, Domingos Carvalho e João Rodrigues formavam a selecção nacional que arrecadou o trofeu, batendo a Espanha na final por 2-1- cujas estações de rádio acompanharam amplamente (actualmente os jornais desportivos nem uma linha dedicam às competições de jovens, como se pode confirmar hoje mesmo, com o Europeu de Sesimbra já a decorrer).

UMA DÚZIA A ABRIR

Portugal entrou no Europeu de Juvenis de Sesimbra com o pé direito. A Suiça foi a vítima, e doze golos sem resposta o resultado final.
João Rodrigues, com cinco golos, foi o artilheiro de serviço.
Nos outros jogos não houve surpresas. Espanha (7-0 à Inglaterra) e Itália (11-1 à Áustria) ganharam facilmente, enquanto a França empatou com a Alemanha (1-1).
Hoje Portugal defronta a Áustria.

GOSTAR DE HÓQUEI (2) - As noites da rádio

Parece-me um interessante exercício mental, procurar entender porque motivo gostamos de algo. Além de nos proporcionar um maior auto-conhecimento, oferece-nos também uma sólida base de sabedoria face ao próprio objecto da nossa admiração ou paixão, bem como uma enriquecedora sugestão interpretativa acerca das eventuais motivações de todos os outros com quem partilhamos esse gosto. Um dos passos essenciais para determinar o porquê, é sem dúvida recordar o quando.
Não me é difícil recordar quando e porque motivo comecei a gostar de hóquei em patins.
Fruto de influência paterna, a minha primeira e mais consistente paixão desportiva foi, como na maioria das pessoas, o futebol. Desde muito tenra idade me senti fascinado pelo colorido das equipas, dos equipamentos, dos relvados, ainda que numa época em que não existia TV a cores, e apenas nalgumas revistas era possível apreciar a estética resultante dos contrastes entre equipamentos e relvados, entre bancadas e jogadores. Outro dos factores que me tocou foi a competitividade, os números, os golos, os minutos e as pontuações, provavelmente fruto da aprendizagem escolar que simultaneamente me ensinava as somas, subtracções e, mais tarde, divisões e multiplicações.
Á boleia do futebol, das revistas (com destaque particular para a “Equipa”, e também o “Golo”, as “Selecções Desportivas” e todas as suas edições especiais) e dos jornais, fui-me apercebendo de uma realidade desportiva muito para além do próprio desporto-rei. Carlos Lopes e Joaquim Agostinho eram figuras de topo na altura, mas foram os desportos com bola os primeiros a chamar a minha atenção, por analogia com a paixão futebolística já bem incrustada em mim.
O hóquei em patins, com as suas balizinhas pequeninas, com a sua bola de tamanho infantil, disputado num ringue de dimensões reduzidas, mas sem poupanças nos golos, com Benficas-Sportings e Benficas-Portos, selecção nacional, goleadores, guarda-redes, remates e defesas, parecia aos meus olhos um verdadeiro futebolzinho em miniatura (não existia futsal na altura). A falta do colorido da relva era suprida pela estética dos patins e das enormes caneleiras, para além dos pitorescos equipamentos e capacetes dos guarda-redes. Para além de tudo isto, o factor radiofónico reforçava a espectacularidade do hóquei, e permitia acompanhá-lo ao pormenor, em momentos em que o futebol estava ausente, designadamente a meio da semana pela noite, quando se disputavam a maioria dos jogos – o que também se explica porque muitos dos estádios de futebol não dispunham ainda de iluminação, enquanto que todos os pavilhões já a tinham. Sintonizando a Rádio Comercial (como são diferentes os tempos...), pela voz de Abel Figueiredo ou Fernando Correia (mais tarde também Fernando Emílio), ouvia os Benficas-Sporting os Benficas-Alenqueres, os Benficas-Belenenses ou os Benficas-Paços de Arcos para o torneio de abertura, com a mesma emoção com que vivia a jornada futebolística do fim de semana.
O hóquei foi sempre um desporto bastante talhado para a rádio. Proporcionava relatos vibrantes, com muitos golos e jogadas rápidas de ataque e contra-ataque, que nas vozes de locutores como os que referi, ganhavam uma emotividade que talvez nem o futebol conseguisse enquanto espectáculo radiofónico. Uma das coisas que mais me dói enquanto amante do hóquei, é a forma como a rádio o despreza nos dias de hoje, não percebendo que podia ter nele uma boa saída face a crescente televisionização do futebol, enquanto principal desporto de massas.
Em 1979 não era assim. Nem o futebol nem o hóquei eram televisionados, e ambos eram tratados quase da mesma forma ao nível da rádio, sendo pois através desta que fui acompanhando a modalidade, e cimentando o gosto por ela.

24.7.06

EUROPEU MORTO, EUROPEU POSTO

Terminado o Europeu de Seniores, inicia-se já hoje em Sesimbra o Europeu de Juvenis.
A selecção portuguesa está integrada no grupo A juntamente com Itália, Suiça e Áustria, do qual serão duas equipas apuradas para as meias finais.
Hoje Portugal joga com a Suiça.
VEDETA DO HÓQUEI vai provavelmente poder estar presente na final, no próximo sábado. Espera-se que para ver os jovens portugueses levantar a taça.

CONTAS FINAIS

CLASSIFICAÇÃO FINAL: 1º Espanha, 2º Suiça, 3º Portugal e 4º Itália

MARCADORES: Francesco Dolce (Itália) 12 golos, Ricardo Barreiros (Portugal) e Pedro Gil (Espanha) 8 golos

MELHOR ATAQUE: Portugal 40 golos

MELHOR DEFESA: Espanha 3 golos

PRESENTE E FUTURO

Não houve surpresa na final, embora o escasso resultado de 2-0 possa significar que a Suiça, organizadora do próximo Mundial, está a emergir como um adversário a ter em conta na luta pelos primeiros lugares. Por outro lado, a toda poderosa Espanha continua tranquilamente no seu trono – desde 1998, em oito europeus e mundiais, apenas perdeu um, justamente o Mundial de Oliveira de Azeméis em 2003.
Portugal, ao vencer a anfitriã no jogo para o bronze, acabou por conseguir deixar o torneio com um rasto de esperança atrás de si. Não estando na final, foi claramente a segunda melhor equipa da prova e, enquanto demonstra estar num claro processo de crescimento, a selecção de Espanha, não sendo propriamente veterana, não deverá melhorar muito os seus níveis para além do que agora demonstrou, sendo que daqui a uns dois ou três anos alguns dos seus principais jogadores poderão apresentar sinais de quebra. Não sei o que possa suceder em Montreux (os espanhóis ainda estarão muito fortes certamente), mas tenho uma fé que em 2009 o título mundial não nos escapará.

BEM FEITA !

Cá se fazem, cá se pagam.
A eliminação da Itália aos patins da Suiça, na segunda meia final, foi um castigo duro mas merecido para quem tanto tentou, de forma desportiva e não só, garantir presença na final. Este jogo foi também a prova de que esta Itália, mau grado a boa performance de Dolce, parece condenada a alguns anos de jejum, pois esta sua nova geração estará provavelmente uns furos abaixo da anterior. Se saírem os irmãos Bertolucci – não sei se estarão presentes no Mundial 2007 – o panorama ainda resultará mais agravado para a equipa transalpina, que viu chegar ao fim (pelo menos em termos de selecção) jogadores com os gémeos Michelion, os irmãos Mariotti etc, que garantiram durante a última década selecções de grande qualidade.

DIFERENÇAS DE MATURIDADE

Quando se aposta no rejuvenescimento de uma equipa, criam-se bases para o futuro, mas corre-se o risco de comprometer um pouco o presente.
Não se pode dizer que a participação da selecção nacional neste Europeu tenha sido comprometedora, embora de acordo com o nosso palmarés e prestígio alcançado na modalidade, só o título seja um resultado positivo. Mas é indiscutível que no momento da verdade – e esse aconteceu sexta-feira à tarde com a Espanha – a inexperiência de grande parte dos jogadores portugueses fez-se sentir, e foi ela que ditou o nosso afastamento da final.
Nesse jogo, foi notória a diferença de “andamento” entre uma selecção no seu mais elevado grau de maturação (que ainda poderá durar mais dois ou três anos), e outra, com um ou outro elemento mais experimentado, mas na sua maioria constituída por jovens, parte dos quais estreantes.
Nos primeiros vinte minutos, sem grandes riscos de parte a parte, o equilíbrio foi-se mantendo, mas aquele golo logo aos vinte segundos do segundo tempo, seguido de outro pouco depois, desconjuntou por completo a equipa nacional, que daí até final não conseguiu disfarçar o sofrimento e a intranquilidade de quem não sabia dar a volta à situação - sentindo-se a isso obrigada - lutando simultaneamente para evitar uma goleada, que por momentos chegou a dar a sensação de poder vir a tornar-se histórica.
A Espanha foi gerindo o resultado, defendendo como só ela sabe, e partindo em rápidos contra-ataques onde nem precisou do Pedro Gil dos grandes dias, para semear constantemente o perigo junto as redes de Carlos Silva.
Cinco a um no final espelha bem o que se passou.
Esta selecção nacional tem futuro (há ainda jogadores como Pedro Afonso, Rui Ribeiro ou Carlos Martins que ficaram de fora), e poderá já no Mundial de Montreux dar um sinal mais consistente das suas capacidades discutindo com a Espanha (veremos por quanto tempo mais consegue manter este nível) o título, pois a Itália parece estar em vias de iniciar uma travessia do deserto.
Viva o futuro !

21.7.06

À ANTIGA PORTUGUESA !

O meu comentário anterior sobre as goleadas parece ter sido premonitório para a selecção portuguesa.
Ontem em Monza, Portugal arrancou uma goleada das antigas, num jogo em que ficou bem claro o real valor da Áustria, e a forma como ela se apurou para estes quartos-de-final. Doze golos em cada parte - e muitos mais podiam ter sido marcados - frente a jogadores a quem até os patins pareciam atrapalhar, foram um bom tónico para as dificuldades que hoje se adivinham. Ricardo Barreiros com seis golos obtidos foi o mais concretizador, colando-se a Pedro Gil no segundo lugar da lista dos melhores marcadores do torneio, com sete, a dois golos do italiano Dolce.
Não há muito mais que contar sobre este jogo (que em golos resultou num interessante Benfica,12 -F.C.Porto,8...), cuja história se limita apenas aos números.
Devo dizer no entanto que, embora reconheça o efeito negativo que estas goleadas provocam na imagem exterior da modalidade, não acho que estes jogos sejam (para quem goleia, naturalmente) menos interessantes de seguir que muitos dos outros que acabam com resultados menos volumosos. Das três partidas que Portugal fez até agora no Europeu, esta foi a que mais prazer me deu de ver, pois desequilíbrio houve em todas elas, e nesta, a curiosidade de ver até onde o resultado chegava foi sempre alimentando a minha expectativa.
Nos restantes enfrentamentos dos quartos, a Suiça eliminou a França por 4-3, a Espanha venceu facilmente a Alemanha por 10-0 e a Itália bateu Andorra por 11-1.
Hoje, emoções fortes a partir das 17.30 h (hora de Lisboa), com o clássico dos clássicos: Portugal-Espanha. A partir das 20.15 h defrontam-se Itália e Suiça na outra meia-final.
Boa sorte rapaziada !

20.7.06

VERGOGNIA !

Só hoje tive conhecimento da forma escandalosa como decorreu o Itália-Áustria de ontem.
Como o segundo melhor vencedor de grupo se esquivava a defrontar os restantes vencedores de grupo até à final (o que não tem qualquer lógica, conforme referi no comentário anterior), e como a Itália precisava de vencer justamente por 4-0 para ser o segundo melhor vencedor de grupo (ganhando por mais seria o primeiro, e por menos seria o terceiro melhor), os transalpinos depois de marcarem o quarto golo limitaram-se a trocar a bola e a passear pela pista.
Por outro lado, a Áustria, caso perdesse por um elevado número de golos corria sérios riscos de ser eliminada da competição, o que a convidou também a deixar de jogar.
A segunda parte do jogo, ao que se diz, foi uma sombra negra na história dos Europeus. Foi o fracasso completo deste modelo de competição, e algo que o Hóquei em Patins e os seus adeptos não mereciam.
Mais um tiro no pé da credibilização da modalidade, que continua a não ter dirigentes à altura dos bons praticantes que ainda vão aparecendo.

ALINHAMENTOS

As vicissitudes de um regulamento que já desisti de tentar entender, colocam o melhor classificado da primeira fase no caminho, não do quarto melhor como seria natural, mas do terceiro classificado, no alinhamento para as meias finais do Europeu de Monza.
Se verificarmos que esses primeiro e terceiro são Portugal e Espanha, começamos então a perceber as intenções dos organizadores.
Deixando de lado estas estranhas formas de vida, os jogos para os quartos são:

ITÁLIA-ANDORRA
FRANÇA-SUIÇA
ESPANHA-ALEMANHA
PORTUGAL-ÁUSTRIA

Os vencedores dos dois primeiros jogos defrontam-se nas meias, e assim, Portugal terá provavelmente de ultrapassar a Espanha se quiser estar na final, enquanto a Itália tem o caminho aberto para o último jogo da prova, a disputar no sábado à noite.

19.7.06

GRANDES GOLEADAS

Já lá vai o tempo em que as goleadas de dois dígitos eram uma constante nos jogos internacionais.
Hoje, por vários motivos, elas não são tão frequentes, o que é um bom sinal para a evolução da modalidade, mas não deixa esconder algum saudosismo de tempos em que Portugal esmagava grande parte da concorrência com resultados copiosos.
Recordemos quais foram as três maiores goleadas da selecção nacional nos últimos trinta anos:

1ª Portugal-Guatemala 52-1 (Mundial de 1982 em Barcelos)
2ª Portugal-Rússia 45-1 (Europeu de 1994 no Funchal)
3ª Portugal-Áustria 37-0 (Europeu de 1998 em P.Ferreira)

Como se vê, todas estas grandes goleadas surgiram em território nacional (embora vários resultados na casa dos vinte fossem obtidos no exterior), e todas elas em competições nas quais Portugal arrecadou a vitória.
Como curiosidade diga-se que no Europeu do Funchal Portugal conseguiu os seguintes resultados na primeira fase, para além da goleada à Rússia: 30-1 à Bélgica, 9-1 à Holanda e 28-0 à Inglaterra, portanto 112 golos em quatro jogos apenas. Neste torneio a Espanha bateu a Rússia por 61-0, o que penso tratar-se de um record absoluto, algo que poderei futuramente confirmar.
No jogo com a Guatemala em 1982, infelizmente o único não televisionado de todos os jogos da nossa selecção naquele inolvidável torneio, recordo-me da particularidade de um só jogador ter conseguido metade dos golos: José Virgílio, avançado do Benfica (que também passou pelo Hóquei italiano), obteve só à sua conta 26 golos (!!!) nessa partida, tornando-se desde logo, o melhor marcador da prova.

TIROS NO PÉ

O Hóquei em Patins não é um fenómeno global, há que reconhecê-lo. Não é como o Futebol, nem mesmo como o Basquetebol. Os seus adeptos e praticantes cingem-se a pouco mais de meia-dúzia de países, dos quais apenas Portugal, Itália, Argentina e Espanha disputam títulos, sendo que, nomeadamente nestes dois últimos, grande parte das principais equipas se situam numa só região geográfica.
Custa assim ainda mais verificar como os responsáveis pelo hóquei em patins são por vezes capazes de dar autênticos tiros no pé de uma credibilização e espectacularidade que a modalidade precisaria, como de pão para a boca, para se afirmar no panorama do desporto internacional. A organização deste Europeu é, a vários títulos, um exemplo paradigmático daquilo que se não deve fazer.
Escolher um pavilhão com mais de cinco mil lugares para uma competição desta natureza prova a falta de noção das realidades de quem está a organizar. O resultado é um aspecto confrangedor, sem público, sem calor humano, o que não ajuda quem joga nem quem vê.
O modelo competitivo é grotesco. Fazer toda uma fase de grupos para excluir apenas uma das nove selecções em presença é algo que não me recordo de ver, nem em torneios de bairro de qualquer modalidade desportiva. Já que as selecções não são muitas, e se pretende que a prova dure uma semana, não me repugnaria nada se, com este número de participantes, se continuasse a disputar um campeonato de todos contra todos, como foi até há alguns anos atrás (seria até uma forma de marcar a diferença entre Europeu e Mundial). Em alternativa podia-se seguir um modelo com dois grupos que apurassem os dois primeiros para umas meias-finais. Assim é que não.
As tabelas do Hóquei no Gelo até podem favorecer o espectáculo, mas chegar-se a um Campeonato da Europa com os seleccionadores a discutirem se estas são ou não tabelas regulamentares é um atentado à modalidade.
Finalmente gostaria de acrescentar algo que é comum às competições nacionais, e que há muito deveria ter sido objecto de uma reflexão. Tendo em conta que nos dias de hoje qualquer modalidade procura responder às exigências de uma espectacularidade televisiva que garanta receitas necessárias à sua viabilização e expansão, não se entende como continua a ser permitida publicidade no próprio piso, sabendo-se o que isso perturba em termos de transmissão televisiva dada a pequena dimensão da bola e a velocidade a que ela rola. Com pisos necessariamente claros, bolas escuras ou até eventualmente em cores garridas, e sem qualquer publicidade, certamente que um jogo televisionado teria outro encanto, e seria um produto mediático mais apetecido. Veja-se como exemplo o que aconteceu no último Mundial de Futebol, quando a FIFA ordenou a cobertura dos estádios que dela dispunham, de modo a não deixar que os contrastes entre as zonas de sol e de sombra pudessem beliscar a qualidade da imagem. É também assim que o Futebol cimenta o seu reinado. Aprenda-se com ele.

SETE VEZES GOLO

Após uma primeira jornada pouco fértil em golos, a selecção nacional obteve ontem uma expressiva vitória por 7-0 sobre a sua congénere suíça, um adversário inicialmente tido como mais difícil que a equipa de Andorra.
Até ao intervalo, a equipa portuguesa controlou o jogo sem arriscar muito, e após algumas boas intervenções de Carlos Silva, acabou por marcar dois belos golos, por Sérgio Silva e Ricardo Barreiros, que lhe davam alguma tranquilidade para encarar o segundo tempo.
Com o terceiro golo, obtido novamente por Sérgio Silva, a equipa nacional libertou-se definitivamente e, beneficiando de algum desnorte dos jovens jogadores helvéticos, arrancou para uns últimos dez minutos de grande qualidade, chegando a uma goleada que não estaria nas conjecturas de ninguém. Jorge Silva por duas vezes, Vítor Hugo e Reinaldo Ventura foram os autores dos golos que fizeram subir os números até sete, e mais alguns minutos de jogo houvesse, mais golos a selecção portuguesa teria certamente marcado.
Curiosamente foi com alguns dos seus jovens jogadores em campo que Portugal mais brilhou. Tiago Rafael, Jorge Silva, Pedro Moreira e Vítor Hugo parecem de facto assegurar o futuro do hóquei português. Os testes de fogo estão já aí ao pé da porta.
Os desfechos de hoje ditarão o nosso adversário nos quartos-de-final deste torneio, cujo modelo competitivo não parece muito bem conseguido. É verdade que obriga as selecções mais poderosas a jogarem sempre para a goleada, o que favorece o espectáculo, mas o facto de toda a primeira fase apenas excluir uma selecção é completamente absurdo.

18.7.06

VITÓRIA NATURAL

Portugal iniciou com uma vitória, como se esperava, a sua participação no Europeu de Monza.
Perante uma equipa fechadíssima, e com cultura defensiva assinalável, os jogadores portugueses enfrentaram algumas dificuldades em se aproximar da baliza contrária. Ainda assim com golos de Valter Neves, em jogada rápida de contra-ataque numa das poucas situações em que o quadrado de Andorra abriu, e Reinaldo Ventura, na sequência de um livre indirecto, Portugal chegou ao intervalo com um resultado natural de 2-0.
Na segunda parte o jogo não mudou de feição, embora se notasse um maior adormecimento por parte da equipa de Paulo Baptista que, em vantagem no marcador, pareceu procurar despender a menor energia possível. Jorge Silva faria o último golo da selecção nacional.
Destaque para os desempenhos de Valter Neves e Sérgio Silva, bem como para a estreia de Vítor Hugo, que patenteou uma tranquilidade própria de um veterano.
Nos restantes resultados do dia, a Espanha goleou a Inglaterra por 8-0, enquanto a Itália venceu a Alemanha por 7-1. Dúvidas desfeitas quanto à constituição da equipa transalpina, que se apresenta com a jovem base do Mundial de San Juan, “reforçada” com os irmãos Bertolucci. Uma candidata portanto.
Com os resultados de ontem, ficou praticamente definido que não nos iremos livrar de jogar as meias-finais com outro dos candidatos ao título (Itália ou Espanha).
Hoje Portugal joga com a Suíça, quase só para cumprir calendário.

17.7.06

GOSTAR DE HÓQUEI (1) - Barcelona1979, o meu primeiro Europeu

Ao iniciar-se mais um Europeu de Hóquei em Patins, gostaria de partilhar com os leitores as minhas mais remotas recordações da competição.
Em 1977 o torneio decorrera em Portugal (e o título ficou por cá), mais precisamente no Palácio de Cristal do Porto, mas dessa ocasião apenas me recordo vagamente de algumas fotografias em publicações da época (designadamente na revista “Equipa”), numa fase em que, apesar de já acompanhar razoavelmente o futebol, não despertara completamente para o Hóquei – ainda que me lembre, pontualmente, do Sporting se sagrar campeão europeu nesse ano em Espanha, diante do Villanueva, em jogo transmitido pela televisão na altura, e recordado há poucos dias atrás na RTP Memória.
Assim, o primeiro Europeu de Hóquei que recordo de modo mais consistente foi o de 1979, que ouvi pela rádio, pois só no Mundial de 1982 em Barcelos me recordo de ver um jogo da selecção nacional na televisão (em provas no estrangeiro, julgo que só praticamente nos anos noventa se tornou prática corrente a transmissão via TV).
A prova decorreu em Barcelona (de 17 a 24 de Novembro), no mítico Palau Blau Grana, local que, só de ouvir o nome, assusta qualquer benfiquista amante do hóquei, particularmente quem se lembre das “cabazadas” que o Glorioso de lá trazia habitualmente nas provas europeias de clubes.
Era também o primeiro Campeonato da Europa da era pós-António Livramento, uma espécie de Eusébio do Hóquei, com a diferença de ter passado pelos três grandes (no F.C.Porto apenas como treinador). A selecção nacional apresentava-se também desfalcada dos sportinguistas Sobrinho e Chana, dois dos melhores jogadores da altura, não me recordo se por lesão ou outro qualquer motivo.
A grande estrela da equipa era Cristiano (F.C.Porto, depois passaria pelo Benfica), se bem que o guarda-redes Ramalhete (na altura já no Benfica) fosse também um dos expoentes máximos daquela geração de hoquistas. José Carlos (Benfica), os irmãos Rosado (Vítor e José), o goleador Carvalho e o guardião suplente Saraiva (todos do grande Oeiras dos anos setenta), o experiente Garrancho (passou por vários clubes, mas na altura suponho que estava no Sesimbra) e os pitorescos e calvos gémeos Gomes da Costa (que jogavam na altura no Infante de Sagres, se não estou em erro) completavam o lote dos seleccionados.
A selecção portuguesa foi vencendo, como habitualmente, todos os adversários que se lhe foram colocando no caminho – à excepção da Suiça, com quem não foi além de um estranho 0-0 – até ao último jogo, num domingo à noite, já bem tarde por sinal, em que defrontou os anfitriões.
8-1 à França, 6-1 à Bélgica, 6-1 à Alemanha, 4-1 à Holanda, 0-0 com a Suiça, 4-2 à Itália, e 11-1 à Inglaterra, foram os resultados alcançados ao longo da semana, numa época em que os Europeus e Mundiais ainda se disputavam no modelo de todos contra todos.
Chegava-se então à autêntica final, pois a Espanha tinha ganho todos os jogos (14 pontos), e Portugal, como disse, empatado apenas um (13 pontos). Aos espanhóis bastava o empate. Julgo que Portugal teve de realizar dois jogos nesse dia, e que o encontro frente à Inglaterra foi jogado nessa mesma tarde, ao mesmo tempo que em Lisboa, o Benfica batia o Sporting na Luz por 3-2 para o nacional de futebol.
A equipa espanhola era constituída por elementos de grande nível, e o seu esqueleto era o do fabuloso Barcelona, campeão europeu oito vezes consecutivas por aqueles anos. O guarda-redes era o “mostro” Carlos Trullols, que dividia com Ramalhete o título de melhor do mundo. Villacorta, Vila-Puig, Torres e Centell completavam o cinco base. Torres, seria pouco tempo depois substituído por Pauls no cinco de Espanha e do Barcelona, designadamente na equipa que derrotou o Benfica na final da Taça dos Campeões Europeus do ano seguinte.
A Espanha venceu por 2-1, e do relato radiofónico – como são saudosos os tempos em que todas as competições de Hóquei eram transmitidas pela rádio, designadamente a Rádio Comercial (!!) que até os jogos do Torneio de Abertura da A.P.Lisboa relatava – apenas recordo as intermináveis trocas de bola entre os dois defensores catalães, Villacorta e Vila-Puig, suponho que ainda na sua meia pista (não havia lei do anti-jogo), o que se afigurava bastante irritante para quem nesta ponta da península ibérica ouvia com ansiedade o que se ia passando.
A Espanha era mais forte e, além de campeã europeia, sagrar-se-ia campeã do mundo no ano seguinte em Talcahuano no Chile.
Eu tinha nove anos, e nesse Domingo, 23.00 h, 24 de Novembro de 1979, ouvi o jogo já deitado na cama, com um pequeno transistor na almofada. Ainda estaria para vir, três anos depois, o dia em que veria Portugal vencer um título.

14.7.06

UM NOVO EUROPEU, A MESMA AMBIÇÃO

Inicia-se segunda feira em Monza mais um Campeonato da Europa. As expectativas são as de sempre: vencer.
Desde 1998 que Portugal não ganha esta competição – a última vitória foi em Paços de Ferreira, onde vencemos a Espanha na final no desempate por grandes penalidades. Já é tempo de recuperar o trofeu.
Na selecção nacional a época é de renovação, com a chamada de jogadores bastante jovens e ainda pouco conhecidos dos palcos internacionais. São os casos de Tiago Rafael (defesa do Óquei de Barcelos), Pedro Moreira e Jorge Silva (ambos do penta-campeão F.C.Porto) e Vítor Hugo (futuro reforço do Benfica), chamados pela primeira vez pelo novo seleccionador Paulo Baptista.
Da convocatória ressalta a ausência de Pedro Afonso, que terminou bem a temporada no Benfica - designadamente desde que Carlos Dantas assumiu a equipa, período em que remeteu Leonardo Tomba para o banco de suplentes - bem como a do goleador Tó Silva (também contratado pelo Benfica para a próxima temporada), que nem da pré-convocatória fez parte.
O toque de experiência é dado por Sérgio Silva (campeão europeu de clubes com o Follonica) e por Reinaldo Ventura (F.C.Porto). Os benfiquistas Valter Neves e Ricardo Barreiros completam o lote de jogadores de campo, enquanto na baliza estarão o também benfiquista Carlos Silva e o barcelense João Pereira.
É um grupo de jogadores bastante forte, e será certamente candidato ao título. O cinco inicial não andará muito longe do seguinte: Carlos Silva, Valter Neves, Sérgio Silva, Ricardo Barreiros e Reinaldo Ventura.
A estreia é com Andorra, seguindo-se na terça feira a Suiça. Na quinta feira jogam-se os quartos-de-final, onde certamente Portugal terá o seu lugar. Nos dias seguintes teremos as meias-finais e a final, onde todos esperamos que a selecção nacional possa também estar presente.
Desconheço ainda a lista de convocados da Itália, pelo que não sei se a aposta nos jovens que disputaram o Mundial de San Juan é para manter, ou pelo contrário, se vai socorrer da velha guarda – quase toda campeã europeia com o Follónica – para tentar conquistar o Europeu que realiza em sua casa. Se esta segunda hipótese se verificar, teremos uma Itália fortíssima, e capaz de assumir todo o favoritismo na competição. Caso contrário, parece ser ainda cedo para os novos valores poderem ser capazes de conquistar títulos internacionais.
Quanto à outra candidata, a Espanha, as dúvidas são poucas. A equipa de Panadero, Gil e Bargalló vai apresentar-se fortíssima, ostentando o seu título mundial, e de certo que não quererá deixar de conquistar mais um trofeu.
Aqui estaremos na próxima semana para seguir esta competição.

13.7.06

APRESENTAÇÃO

Este espaço é uma extensão do Blog VEDETA DA BOLA, dedicada exclusivamente ao Hóquei em Patins.
A intenção inicial de VEDETA DA BOLA era abarcar todas as modalidades desportivas. Todavia, esse acabou por não ser o caminho seguido, ficando centrado apenas no Futebol.
Como apaixonado do Hóquei em Patins desde tenra infância, não o poderia deixar de fora do âmbito da minha actividade bloguistica.
VEDETA DO HÓQUEI é pois o resultado desse desejo, e vai procurar, não só acompanhar a modalidade (com particular incidência no Benfica), como também recordar alguns dos momentos cuja memória ainda não apagou.