À medida que o campeonato nacional vai prosseguindo sem novidades de maior (aguardemos pelo play-off para viver as grandes emoções), aproveito para partilhar mais algumas recordações com os leitores. Desta vez viajemos no tempo até há 24 anos atrás.
Uma das derrotas mais amargas de que tenho memória enquanto adepto de hóquei em patins foi a da final da Taça dos Vencedores das Taças de 1983, quando o Benfica perdeu em pleno pavilhão da Luz a possibilidade de conquistar o seu primeiro troféu europeu da modalidade – apenas alguns anos mais tarde venceria a Taça CERS -, e logo frente ao F.C.Porto, detentor do troféu e que participava nessa ocasião justamente na segunda final internacional da sua história em todas as modalidades – só mais tarde viria a ser campeão europeu de futebol e hóquei.
O Benfica perdera o título nacional da época anterior (81-82) para o Sporting, terminando com os mesmos pontos do rival, após ter sido tri-campeão entre 78 e 81. A equipa sentira a saída do guarda-redes e capitão António Ramalhete para os leões (foi substituído por António Fernandes que nunca o fez esquecer), e a performance da estrela Cristiano Pereira, chegado do F.C.Porto em 1981, estava longe de corresponder às expectativas. Ainda não se sabia mas tratava-se do fim de um ciclo…e do início de um outro, portista, de grandes e múltiplas vitórias.
Na temporada de 1982-83 o Benfica contava com os seguintes jogadores: António Fernandes, Chambel, José Carlos, Fernando Pereira, Cristiano, Leste, Picas e Piruças. Na temporada seguinte dar-se-ia uma razia, com a saída de quase todos eles, quatro dos quais para o Dramático de Cascais que contava com dinheiro de um empresário de sucesso para a construção de uma equipa campeã – nunca o viria a ser.
O F.C.Porto, que nessa temporada conquistaria também o seu primeiro título nacional na modalidade, tinha uma equipa muito jovem e valiosa que iria dominar o hóquei nacional na década seguinte. Domingos, Alves, Fanã, Vítor Hugo e Vítor Bruno constituíam o cinco base, que foi depois reforçado com Franquelim e Realista.
Na Taça das Taças desse ano o Benfica desembaraçou-se facilmente do Fontenay (15-4 e 9-3) e do Den Haag (9-2 e 3-2) que havia eliminado o Follónica. Os dragões por seu turno venceram o Vevey (9-3 e 5-1) e o difícil Liceo da Corunha nas meias finais (6-2 e 4-5). Encontravam-se assim na final, o F.C.Porto pelo segundo ano consecutivo depois de ter conquistado o seu primeiro troféu no ano anterior, e o Benfica, finalista da Taça dos Campeões de 1973 e 1980, mas sem grande historial na Taça das Taças, que Oeiras por três vezes (nas três primeiras edições) e Sporting também já haviam conquistado. Depois do 2-2 no pavilhão das Antas na primeira mão, os encarnados tinham tudo para conquistar o troféu.
Num sábado à noite, com o antigo pavilhão da Luz a rebentar pelas costuras, e com transmissão televisiva pelo canal 2 da RTP (julgo ter sido o primeiro jogo do Benfica que vi na televisão), o Benfica entrou de rompante, e já na segunda parte chegou a 4-1, parecendo ter ao triunfo na mão. O ambiente era de festa total, mas a verdade é que o F.C.Porto de forma fria e cruel foi reduzindo distâncias, acabando por empatar a quatro golos já nos últimos segundos do tempo regulamentar. Seguiu-se o prolongamento, com o Benfica incessantemente à procura do golo mas sem ser feliz, e o F.C.Porto a procurar surpreender em contra-ataque. Não houve mais golos e tudo se decidiria no desempate por grandes penalidades.
Mais uma vez o Benfica esteve em vantagem, concretizando uma das primeiras penalidades. Mas o dia era do F.C.Porto, que marcando por duas vezes, suponho que ambas pelo especialista Fana, arrecadou a Taça perante o silêncio sepulcral (e certamente algumas lágrimas) de todo o pavilhão e de toda a nação benfiquista.
Foi com grande dor que tive de aceitar esta dramática derrota, num dos mais intensos momentos de hóquei que vivi desde sempre.
Uma das derrotas mais amargas de que tenho memória enquanto adepto de hóquei em patins foi a da final da Taça dos Vencedores das Taças de 1983, quando o Benfica perdeu em pleno pavilhão da Luz a possibilidade de conquistar o seu primeiro troféu europeu da modalidade – apenas alguns anos mais tarde venceria a Taça CERS -, e logo frente ao F.C.Porto, detentor do troféu e que participava nessa ocasião justamente na segunda final internacional da sua história em todas as modalidades – só mais tarde viria a ser campeão europeu de futebol e hóquei.
O Benfica perdera o título nacional da época anterior (81-82) para o Sporting, terminando com os mesmos pontos do rival, após ter sido tri-campeão entre 78 e 81. A equipa sentira a saída do guarda-redes e capitão António Ramalhete para os leões (foi substituído por António Fernandes que nunca o fez esquecer), e a performance da estrela Cristiano Pereira, chegado do F.C.Porto em 1981, estava longe de corresponder às expectativas. Ainda não se sabia mas tratava-se do fim de um ciclo…e do início de um outro, portista, de grandes e múltiplas vitórias.
Na temporada de 1982-83 o Benfica contava com os seguintes jogadores: António Fernandes, Chambel, José Carlos, Fernando Pereira, Cristiano, Leste, Picas e Piruças. Na temporada seguinte dar-se-ia uma razia, com a saída de quase todos eles, quatro dos quais para o Dramático de Cascais que contava com dinheiro de um empresário de sucesso para a construção de uma equipa campeã – nunca o viria a ser.
O F.C.Porto, que nessa temporada conquistaria também o seu primeiro título nacional na modalidade, tinha uma equipa muito jovem e valiosa que iria dominar o hóquei nacional na década seguinte. Domingos, Alves, Fanã, Vítor Hugo e Vítor Bruno constituíam o cinco base, que foi depois reforçado com Franquelim e Realista.
Na Taça das Taças desse ano o Benfica desembaraçou-se facilmente do Fontenay (15-4 e 9-3) e do Den Haag (9-2 e 3-2) que havia eliminado o Follónica. Os dragões por seu turno venceram o Vevey (9-3 e 5-1) e o difícil Liceo da Corunha nas meias finais (6-2 e 4-5). Encontravam-se assim na final, o F.C.Porto pelo segundo ano consecutivo depois de ter conquistado o seu primeiro troféu no ano anterior, e o Benfica, finalista da Taça dos Campeões de 1973 e 1980, mas sem grande historial na Taça das Taças, que Oeiras por três vezes (nas três primeiras edições) e Sporting também já haviam conquistado. Depois do 2-2 no pavilhão das Antas na primeira mão, os encarnados tinham tudo para conquistar o troféu.
Num sábado à noite, com o antigo pavilhão da Luz a rebentar pelas costuras, e com transmissão televisiva pelo canal 2 da RTP (julgo ter sido o primeiro jogo do Benfica que vi na televisão), o Benfica entrou de rompante, e já na segunda parte chegou a 4-1, parecendo ter ao triunfo na mão. O ambiente era de festa total, mas a verdade é que o F.C.Porto de forma fria e cruel foi reduzindo distâncias, acabando por empatar a quatro golos já nos últimos segundos do tempo regulamentar. Seguiu-se o prolongamento, com o Benfica incessantemente à procura do golo mas sem ser feliz, e o F.C.Porto a procurar surpreender em contra-ataque. Não houve mais golos e tudo se decidiria no desempate por grandes penalidades.
Mais uma vez o Benfica esteve em vantagem, concretizando uma das primeiras penalidades. Mas o dia era do F.C.Porto, que marcando por duas vezes, suponho que ambas pelo especialista Fana, arrecadou a Taça perante o silêncio sepulcral (e certamente algumas lágrimas) de todo o pavilhão e de toda a nação benfiquista.
Foi com grande dor que tive de aceitar esta dramática derrota, num dos mais intensos momentos de hóquei que vivi desde sempre.
O segundo pênalti do FCP foi do Vitor Bruno que era canhoto, lembro-me bem
ResponderEliminarUm abraço
Tem que razão quando diz que o ambiente era de festa. O narrador da RTP estava tão empolgado que quando o Benfica substitui as duplas atacantes disse: “sai Leste e Cristiano e entram Piças e Pirukas” ...
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