Recordei aqui há dias a final da Taça das Taças de 1983 entre Benfica e Porto que os nortenhos venceram depois de um jogo dramático no velhinho Pavilhão da Luz.
Esse jogo representou de algum modo o fim de um ciclo no Benfica, que permitiu em cinco anos a conquista de um tri-campeonato, de três Taças de Portugal, e a presença em três finais europeias. Na época seguinte o Benfica, após voltar a repetir a presença na final da Taça das Taças (desta vez frente ao Réus) faria um pronunciado desinvestimento na sua equipa e iniciaria assim uma travessia de deserto que iria durar até à década de noventa, na qual voltariam as glórias.
De facto em 1984 saíram do clube de uma assentada Fernando Pereira, José Carlos, Picas e Piruças, todos para o Dramático de Cascais, que pela mão de um abastado empresário (não me recordo se Jorge Figueiredo) tencionava construir uma grande equipa, o que, mau grado as sonantes aquisições, não lhe viria a valer nenhum título. Além destes também Cristiano e Leste haviam saído para Itália, e a grande equipa da passagem da década ficava assim totalmente desmantelada.
Para os anos seguintes, enquanto o F.C.Porto tomava a hegemonia do hóquei nacional - com Vítor Hugo, Vítor Bruno, Alves, Domingos , Vale e mais tarde Realista, Franquelim, Diego Allende e Tó Neves – o clube da Águia afastava-se para bem longe da discussão dos principais títulos com uma equipa muito jovem e sem grandes ambições. Paulo Baptista, Garção, Campão, Garrido, Fernandes entre outros eram os elementos que faziam a guarda de honra aos veteranos Fana e Vítor Rosado – mais tarde Leste também regressaria – neste período de autênticas vacas magras para os lados da Luz.
Anos mais tarde, jogadores como Carlos Silva, Luís Nunes, Trindade, Rocha, Luís Ferreira, Rui Lopes, Paulo Almeida, Vítor Fortunato ou até Tó Neves coloririam os anos de 1992 a 1996 com inúmeras conquistas, ficando todavia uma vez mais à porta da consagração internacional.
Em 1986-87 terá acontecido o resultado mais humilhante da história do hóquei benfiquista dos últimos trinta anos. Deslocando-se às Antas em jogo da 1ª eliminatória da Taça dos Campeões (não por ter sido campeão mas por ter beneficiado do título europeu portista), o Benfica foi copiosamente derrotado por 13-1 (!!!).Foram anos em que naturalmente acompanhei com menos entusiasmo os jogos do Benfica, e como tal não me recordo de muitos pormenores dessa partida, que foi um autêntico bater no fundo.
Ao longo desses anos o Benfica foi coleccionando lugares medianos no campeonato nacional – recordo-me de ficar em sexto, em quarto – enquanto Porto, mas também Sporting, com uma jovem e renascida equipa e Sanjoanense faziam figura.
Terão sido também esses os anos em que o hóquei foi ficando afastado da rádio e a pouco e pouco perdendo o seu estatuto de claro número dois do panorama desportivo português, fruto também da competição movida pelo Basquetebol, no qual o Benfica aliás estava por essa altura a construir uma equipa que faria furor até na Europa (na qual se incluíam José Carlos Guimarães, Carlos Lisboa, Mike Plowden, Jean Jacques, Steve Rocha e Henrique Vieira).
Também a nível de selecções a década de oitenta – entendida no pós Mundial de Barcelos – não foi muito proveitosa, pois só em 1989 a equipa nacional conquistou um título europeu – vindo apenas a recuperar a ceptro mundial no Porto em 1991, num torneio atípico em que não teve de defrontar nem Espanha, nem Argentina nem Itália, acabando por vencer a Holanda na final por 7-1.
Em 1985 Barcelos voltou a assistir a um torneio internacional, desta vez um Europeu, que todavia não foi vencido por Portugal. A cidade minhota era por esta altura uma verdadeira talismã para os seleccionados lusos, pois foram lá disputados e ganhos o Europeu de Juniores de 1980 (que representou o despontar de Vítor Hugo, numa equipa da qual faziam também parte Serra, João Rodrigues e Domingos Carvalho) e sobretudo o Mundial de Seniores em 1982, que já tive oportunidade de recordar neste espaço.
Esse Europeu foi uma enorme decepção, e a final resultou num espectáculo deprimente, com o público a arremessar objectos para cima dos vencedores jogadores espanhóis – recordo a grotesca imagem de Vila Puig todo encolhido dentro da baliza para se proteger -, mas a ele conto voltar num próxima edição desta rubrica de recordações, eventualmente com uma fotografia da equipa portuguesa que irei tentar encontrar numa publicação que permanece perdida algures na minha casa.
Esse jogo representou de algum modo o fim de um ciclo no Benfica, que permitiu em cinco anos a conquista de um tri-campeonato, de três Taças de Portugal, e a presença em três finais europeias. Na época seguinte o Benfica, após voltar a repetir a presença na final da Taça das Taças (desta vez frente ao Réus) faria um pronunciado desinvestimento na sua equipa e iniciaria assim uma travessia de deserto que iria durar até à década de noventa, na qual voltariam as glórias.
De facto em 1984 saíram do clube de uma assentada Fernando Pereira, José Carlos, Picas e Piruças, todos para o Dramático de Cascais, que pela mão de um abastado empresário (não me recordo se Jorge Figueiredo) tencionava construir uma grande equipa, o que, mau grado as sonantes aquisições, não lhe viria a valer nenhum título. Além destes também Cristiano e Leste haviam saído para Itália, e a grande equipa da passagem da década ficava assim totalmente desmantelada.
Para os anos seguintes, enquanto o F.C.Porto tomava a hegemonia do hóquei nacional - com Vítor Hugo, Vítor Bruno, Alves, Domingos , Vale e mais tarde Realista, Franquelim, Diego Allende e Tó Neves – o clube da Águia afastava-se para bem longe da discussão dos principais títulos com uma equipa muito jovem e sem grandes ambições. Paulo Baptista, Garção, Campão, Garrido, Fernandes entre outros eram os elementos que faziam a guarda de honra aos veteranos Fana e Vítor Rosado – mais tarde Leste também regressaria – neste período de autênticas vacas magras para os lados da Luz.
Anos mais tarde, jogadores como Carlos Silva, Luís Nunes, Trindade, Rocha, Luís Ferreira, Rui Lopes, Paulo Almeida, Vítor Fortunato ou até Tó Neves coloririam os anos de 1992 a 1996 com inúmeras conquistas, ficando todavia uma vez mais à porta da consagração internacional.
Em 1986-87 terá acontecido o resultado mais humilhante da história do hóquei benfiquista dos últimos trinta anos. Deslocando-se às Antas em jogo da 1ª eliminatória da Taça dos Campeões (não por ter sido campeão mas por ter beneficiado do título europeu portista), o Benfica foi copiosamente derrotado por 13-1 (!!!).Foram anos em que naturalmente acompanhei com menos entusiasmo os jogos do Benfica, e como tal não me recordo de muitos pormenores dessa partida, que foi um autêntico bater no fundo.
Ao longo desses anos o Benfica foi coleccionando lugares medianos no campeonato nacional – recordo-me de ficar em sexto, em quarto – enquanto Porto, mas também Sporting, com uma jovem e renascida equipa e Sanjoanense faziam figura.
Terão sido também esses os anos em que o hóquei foi ficando afastado da rádio e a pouco e pouco perdendo o seu estatuto de claro número dois do panorama desportivo português, fruto também da competição movida pelo Basquetebol, no qual o Benfica aliás estava por essa altura a construir uma equipa que faria furor até na Europa (na qual se incluíam José Carlos Guimarães, Carlos Lisboa, Mike Plowden, Jean Jacques, Steve Rocha e Henrique Vieira).
Também a nível de selecções a década de oitenta – entendida no pós Mundial de Barcelos – não foi muito proveitosa, pois só em 1989 a equipa nacional conquistou um título europeu – vindo apenas a recuperar a ceptro mundial no Porto em 1991, num torneio atípico em que não teve de defrontar nem Espanha, nem Argentina nem Itália, acabando por vencer a Holanda na final por 7-1.
Em 1985 Barcelos voltou a assistir a um torneio internacional, desta vez um Europeu, que todavia não foi vencido por Portugal. A cidade minhota era por esta altura uma verdadeira talismã para os seleccionados lusos, pois foram lá disputados e ganhos o Europeu de Juniores de 1980 (que representou o despontar de Vítor Hugo, numa equipa da qual faziam também parte Serra, João Rodrigues e Domingos Carvalho) e sobretudo o Mundial de Seniores em 1982, que já tive oportunidade de recordar neste espaço.
Esse Europeu foi uma enorme decepção, e a final resultou num espectáculo deprimente, com o público a arremessar objectos para cima dos vencedores jogadores espanhóis – recordo a grotesca imagem de Vila Puig todo encolhido dentro da baliza para se proteger -, mas a ele conto voltar num próxima edição desta rubrica de recordações, eventualmente com uma fotografia da equipa portuguesa que irei tentar encontrar numa publicação que permanece perdida algures na minha casa.
Essa "imagem" do Vila Puig dentro da baliza foi-me contada pelo meu pai... Na altura eu era pequeno e fiquei em casa. O meu pai contou em casa o que se passou (os arremessos e tudo mais)... Eu perguntei-lhe: "Então, fomos roubados?" E ele: "Não, perdemos bem, as pessoas é que são estúpidas..."
ResponderEliminarSe calhar foi isso, os barcelenses estavam habituados ao sucessos da selecção em Barcelos que nunca imaginaram que pudéssemos perder.
Cumps.
Segundo me lembro foi mesmo apenas resultado da frustração e não de qualquer roubo.
ResponderEliminarNa altura chegou-se a temer que tão depressa não houvesse competições internacionais em Portugal, mas ... como somos uma potência na modalidade, em 1991 cá tinhamos de novo um Mundial.
Nesse Europeu tudo parecia indicar que Portugal venceria. Chegámos ao último jogo sem derrotas. Mas...